sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tarso enfrenta greves e protestos de aliados

Há menos de seis meses no cargo, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), enfrenta protestos de tradicionais aliados, uma ameaça de greve e até um levante de magistrados.
A resistência decorre de um pacote que Tarso tenta aprovar na Assembleia Legislativa para aumentar contribuições à Previdência de uma parte do funcionalismo.
Chamada de "pacotarso" pelos opositores e de "Plano de Sustentabilidade Financeira" pelo governo, a proposta desagrada a sindicatos tradicionalmente alinhados ao PT, que a classificam de "privatização" do sistema previdenciário.
Os professores da rede estadual, liderados por uma petista, suspenderam as aulas por um dia na semana passada e vão paralisar as atividades novamente nos dias de votação do projeto na Assembleia.
Os juízes do Estado também podem ter mudanças na contribuição e se mobilizam. Anteontem, se reuniram com deputados de oposição.
O centro de Porto Alegre está tomado por cartazes e outdoors com críticas ao governador, assinados por sindicatos e por partidos como o PSTU. Um dos lemas dos cartazes é "retire o pacote ou o Estado vai parar".
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia ainda analisa a proposta, que pode ser votada em plenário já na semana que vem.
O pacote inclui ainda alterações nas regras de pagamento de dívidas originadas de processos na Justiça e institui a cobrança por inspeção veicular no Estado.
Na quarta-feira - 22 de junho, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Associação do Ministério Público Estadual e a dos delegados da Polícia Civil do Estado divulgaram nota criticando o plano do governo.
Os opositores afirmam que o plano é inconstitucional porque cria diferentes patamares de contribuição previdenciária, de acordo com o salário recebido.
O governo afirma que a capacidade financeira do Estado depende do pacote.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, nega que os protestos representem uma perda de apoio ao governador e afirma que os projetos têm ampla aceitação da sociedade e na Assembleia.
Para ele, as manifestações contrárias partem somente de quem acabará atingido pelas mudanças.

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