Enquanto o PT hesita, o PMDB declara apoio a Palocci.
A cúpula do PMDB decidiu conceder apoio explícito ao ministro Antonio Palocci (Casa Civil), envolto numa atmosfera de suspeição.
“Não se trata de solidariedade, nós apoiamos o ministro Palocci”, disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
O deputado preocupou-se em dissociar o suporte a Palocci das demandas de seu partido por cargos no segundo escalão da gestão Dilma Rousseff.
“Se estão pensando que damos apoio a Pallocci por conta de cargos, digo: o governo pode congelar as legítimas pretensões que o partido ainda pode ter”.
“...Essa não é a hora de exigir, mas de oferecer. Oferecer apoio a alguém que consideramos importante para o governo e respeitamos como homem público”.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), ecoou:
“O PMDB não vai participar de nenhuma conspiração para fragilizar o ministro Palocci nem para expor o governo, que está apenas começando...”
“...O governo começa muito bem. E o que for preciso fazer para sustentá-lo, o PMDB entende que é o seu papel”.
Perguntou-se a Henrique Alves se poderia assegurar que nenhum dos 79 deputados que compõem a sua bancada assinarão o pedido de CPI anti-Palocci. E o deputado: “Pela minha bancada eu respondo. Não há essa possibilidade. A bancada tem consciência de que o respeito ao PMDB cresce com sua unidade”.
No Senado, Renan convive com um grupo batizado de G8. Reúne oito dos 19 senadores do PMDB. Declaram-se independentes.
Um dos integrantes do G8, Roberto Requião (PMDB-PR), já se comprometeu em apoiar a CPI.
Outro membro do grupo, Pedro Simon (PMDB-RS), não chegou a tanto. Mas defendeu, em discurso feito da tribuna, o afastamento de Palocci.
Considerando-se as palavras de Renan, são posições isoladas: “A presidente Dilma conta com o apoio do partido que tenho a honra de liderar no Senado”.
Henrique Alves esclareceu que não fala apenas em nome da bancada de deputados. “Falo com o respaldo do vice-presidente Michel Temer”.
O mesmo Temer que, na semana passada, manteve com Palocci um diálogo áspero.
Por ordem de Dilma, Palocci ameaçou de demissão o ministro Wagner Rossi (Agricultura) caso o PMDB divergisse do governo na votação do Código Florestal.
Temer respondeu com rispidez. E os deputados da legenda contrariaram o governo no plenário da Câmara. O ministro Rossi, homem de Temer, não foi ao olho da rua.
A explicitação do apoio do PMDB chega no mesmo momento em que a Executiva do PT, reunida em Brasília, preferiu se abster de emitir nota de socorro a Palocci.
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