Robô submarino encontra memória de caixa-preta do Airbus A330 da Air France
O BEA (escritório francês que investiga a segurança na aviação civil francesa) informou que localizou e identificou o módulo de memória de uma caixa-preta que registrou os dados do vôo 447 da Air France, feito por um Airbus A330 que caiu no oceano Atlântico em 2009, durante o trajeto entre o Rio de Janeiro e Paris. Os 228 ocupantes morreram. O aparelho foi encontrado pelo robô submarino Remora 6000 e contém os registros de todas as informações do vôo. Na quarta-feira - 27 de abril - a agência já havia anunciado o encontro do chassi da caixa-preta, mas sem o módulo de memória. De acordo com o comunicado do BEA, o módulo foi localizado às 7 horas (horário de Brasília) de domingo - 1º de maio - e recuperado às 13h40. Os investigadores esperam que as duas caixas-pretas (uma com os dados do vôo e outra com o registro da conversa da cabine) possam determinar o que causou o acidente com o Airbus A330. O primeiro mergulho do robô em busca dos destroços do Airbus A330, localizados no começo deste mês, foi realizado na manhã do dia 26 de abril e durou mais de 12 horas. O navio francês Ile de Sein, responsável pela operação de resgate, está na área do acidente na costa brasileira. De acordo com o BEA, 68 pessoas estão a bordo do navio, incluindo a tripulação. Entre eles estão nove operadores do robô submarino, técnicos da empresa americana Phoenix International, proprietária dos equipamentos, e membros do BEA. A Força Aérea Brasileira confirmou o resgate do FDR (Flight Data Recorder) e informou que o coronel Luís Cláudio Lupoli está a bordo do navio.
A caixa-preta localizada pelos investigadores é chamada de Flight Data Recorder (gravador de dados de vôo). Nela, estão os registros técnicos do vôo, dados como altitude, velocidade e trajetória do avião da Air France. Essas informações são consideradas essenciais para descobrir o que causou a queda do avião que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris em 2009. O Escritório de Investigações e Análises da França informou que, externamente, a caixa-preta parece estar em bom estado. Mas, apenas quando o módulo for aberto, os especialistas vão saber se os dados da memória ainda estão intactos. A caixa preta ficou quase dois anos submersa, a cerca de quatro quilômetros de profundidade. O equipamento foi selado porque é uma prova em uma investigação judicial. A previsão é de que a caixa-preta chegue a Paris no prazo de oito a dez dias.
O secretário-geral da Organização da Aviação Civil Internacional (Icao), Raymond Benjamin, disse esperar que "em um ou dois anos" o sistema de localização das caixas-pretas dos aviões evolua. "Depois do acidente Rio-Paris, não podemos viver com o sistema que conhecemos", disse Raymond Benjamin. A caixa-preta do avião da Air France que fazia o vôo 447 contém as informações necessárias para determinar o que provocou a queda da aeronave. Benjamin qualificou a localização da caixa-preta como uma "boa notícia", mas disse que ainda é necessário esperar até se saber se o BEA (escritório francês de investigação e análise) poderá extrair dela dados que facilitem a investigação, levando em conta o tempo transcorrido desde o acidente.
Atualização: Encontrada segunda caixa-preta do Airbus A330 da Air France.
A segunda caixa-preta do Airbus A330 da Air France, que caiu no mar no dia 1º de junho de 2009, quando voava do Rio de Janeiro a Paris, foi resgatada e se encontra em bom estado, informou o Bureau de Pesquisas e Análises (BEA). Os registros fônicos (Cockpit Voice Recorder - CVR) foram localizados e identificados pela equipe de busca às 21h50min (18h50min em Brasília) de segunda-feira, 2 de maio. Foram levados pelo robô Remora 6000 a bordo do navio Ile de Sein às 2h40min (23h40min em Brasília) de terça-feira - 3 de maio, revelou o BEA. A caixa-preta que traz as conversas na cabine de comando do Airbus está "inteira" e em bom estado, disse o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec. O BEA havia anunciado no domingo - 1º de maio - o resgate do módulo de memória da primeira caixa-preta (Flight Data Recorder - FDR), com os registros de vôo. Até o momento, os motivos da tragédia não foram explicados. Os investigadores determinaram que a falha das sondas de velocidade da aeronave, chamadas Pitot, da fabricante Thales, foi uma das causas, mas consideraram que essa avaria não basta para explicar o acidente.
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