terça-feira, 31 de maio de 2011

Suplicy diz que Palocci ganhou R$ 1 milhão para assessorar fusão

O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ganhou R$ 1 milhão para trabalhar como consultor de um processo de fusão de empresas, disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ainda conforme o parlamentar, o valor foi revelado pelo próprio ministro na reunião com a bancada do PT e a presidente Dilma Rousseff na semana passada.
Palocci pediu para fazer uma exposição sobre os negócios de sua empresa, a Projeto, nos anos de 2006 a 2010, quando seu patrimônio cresceu de forma exponencial. Sem citar nomes de clientes, Palocci disse que a Projeto tinha três áreas de atuação: palestras, consultoria econômica e assessoria de empresas em processos de fusão.
Segundo o relato de Suplicy, o ministro afirmou que em relação a fusões os contratos tinham taxa de sucesso. Ou seja, Palocci receberia mais dinheiro se a união de empresas fosse referendada pelos órgãos de controle e se mostrasse um bom negócio. No caso citado pelo ministro, a expectativa era de que recebesse entre R$ 2 e R$ 3 milhões, mas como ele teve de fechar a área de consultoria da Projeto em dezembro do ano passado o valor ficou mais baixo.
"Na medida em que se realizasse a fusão e se verificasse sucesso em seus resultados, ele (Palocci) poderia ter um rendimento maior. Ele citou um exemplo que ele poderia ter recebido entre R$ 2 e R$ 3 milhões, mas, como teve de fechar a consultoria, acabou concluindo o negócio por R$ 1 milhão", disse Suplicy.
O senador petista disse ainda que o ministro não revelou quais seriam as empresas envolvidas nesse processo de fusão. Também sem citar nomes de clientes, o ministro revelou valores cobrados por palestras. Segundo Suplicy, Palocci disse cobrar de R$ 10 a R$ 20 mil por palestra e alegou ter exercido essa atividade com frequência. "Ele (Palocci) disse que somente em um mês de recesso no Congresso ele deu 20 palestras" Sobre a atuação de "consultoria econômica", o ministro disse que foi muito requisitado durante o período da crise financeira internacional que afetou o mundo nos anos de 2008 e 2009. Palocci deu conselhos para que as empresas evitassem investir em derivativos. De acordo com Suplicy, o ministro disse ter recebido "contribuições generosas". A Projeto não confirmou os valores.

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