Ex-rei da soja volta à cena com jazida de metal raro
Empresa de Olacyr de Moraes, de 80 anos, descobriu a primeira reserva brasileira de tálio. O quilo do produto, raro e tóxico, é cotado a R$ 9.600,00. O Cazaquistão e China são atualmente os únicos produtores mundiais. Em pleno oeste baiano, de cerrado e plantações de soja, foi encontrada a primeira jazida de tálio do Brasil. O metal, raro, caro, tóxico e com aplicações importantes na indústria energética, é agora a menina dos olhos da companhia Itaoeste, do empresário Olacyr de Moraes.
Na década de 70, Olacyr virou o maior produtor individual de soja do mundo. Aproveitou a grande cheia de 1973 do rio Mississipi, que arruinou as lavouras dos Estados Unidos, para expandir a fronteira do grão no Centro-Oeste brasileiro. Ganhou a alcunha de "rei da soja" e chegou à casa dos bilhões de dólares, até que os negócios decaíram e ele teve que se desfazer de grande parte de seu patrimônio. Agora, aos 80 anos, recém-comemorados em badalada noite em São Paulo, ele recorre novamente ao cerrado, precisamente a cidade de Barreiras, na Bahia. De acordo com pesquisa feita pela empresa em 2% da área passível de ter o minério, a jazida encontrada na Bahia possui, por baixo, 60 mil quilos de tálio. A reserva tem potencial de ser maior que as da China e do Cazaquistão, os únicos produtores atuais. Com esse volume, é possível atender a toda demanda mundial por seis anos, segundo a empresa. Em 2010, a cotação do tálio foi de US$ 6.000,00 o quilo (R$ 9.600,00). Trata-se de um negócio de, no mínimo, US$ 360 milhões para a empresa, que até então estava focada na exploração de manganês, cobalto, ferro, titânio, ouro, cobre e fosfato.
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