Ideia é dar entrevista para um canal de TV de grande audiência, em horário nobre, logo após a manifestação do procurador-geral da República.
Palocci combinou com a presidente Dilma Rousseff que só vai romper o silêncio depois do parecer de Gurgel, previsto para quinta-feira - 2 de junho, a fim de não melindrar o chefe do Ministério Público. Se tudo correr como o script traçado pelo Palácio do Planalto, sem a abertura de investigações, o ministro da Casa Civil pretende circunscrever a crise e as acusações de enriquecimento ilícito a mais um capítulo do que o governo chama de "conflito político".

Há quem defenda, no governo, a ideia de que o ministro também faça um pronunciamento. Até agora, no entanto, o mais provável é que dê uma entrevista a uma emissora de televisão.
Mesmo sem revelar o faturamento da empresa de consultoria que manteve quando era deputado nem os seus clientes, a intenção de Palocci é bater na tecla de que não feriu a ética pública, ainda que esse discurso soe apenas como frase de efeito.
Nas conversas reservadas, o ministro tem insistido no argumento de que cumpriu um período de quarentena de quatro meses quando deixou o Ministério da Fazenda, em 2006. Sob cerco político e intenso bombardeio, ele pretende exibir tranquilidade para destacar, durante a entrevista, que deu palestras remuneradas e fez análises econômicas somente após essa quarentena.
Palocci sustentará, no entanto, que a prática é muito comum entre ex-ministros e ex-presidentes. Na tentativa de dissipar suspeitas de tráfico de influência, ele também vai dizer que nunca aceitou empresas estatais nem órgãos públicos como clientes.
O Planalto tenta a todo custo segurar o chefe da Casa Civil e aguarda um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República para espantar a crise.
Enquanto o sinal verde do Ministério Público não vem, ministros procuram dar uma aparência de normalidade ao funcionamento do governo.
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