terça-feira, 3 de maio de 2011

Arquivos do SNI dizem que Dilma participou de grupo armado após entrada em vigor da Lei de Anistia

Arquivos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão de inteligência da ditadura militar brasileira, indicam que a presidente Dilma Rousseff participou de um grupo armado após a promulgação da Lei de Anistia. Segundo publicou no domingo - 1º de maio - o jornal "Folha de S. Paulo", o relatório de 1980 inclui os nomes de Dilma e de seu então marido Carlos Franklin Paixão de Araújo na lista de participantes de uma reunião secreta da Junta de Coordenação Revolucionária (JCR) na cidade de Registro (São Paulo). O encontro teria ocorrido em novembro de 1979, meses depois da promulgação da Lei de Anistia, e tinha como objetivo coordenar a atuação do grupo junto a várias organizações similares da América Latina. Segundo o jornal, um resumo do relatório consta de um certificado emitido em 2000 pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a pedido da própria Dilma, que o utilizou em um processo de indenização contra o estado de São Paulo pela tortura que sofreu quando foi presa política da ditadura. A presidente, que na década de 1970 militou nos movimentos de esquerda Comando de Libertação Nacional (Colina) e VAR-Palmares, recebeu uma indenização de R$ 22 mil.
Em uma nota de resposta dirigida ao jornal, a Presidência negou a participação de Dilma na reunião e sua atuação como militante da JCR. "Temos a informar que a presidenta não participou da referida reunião de Registro (1979) e desconhece a organização citada", declarou o Executivo, que não explicou por que até agora não havia corrigido o resumo do relatório presente no certificado da Abin. No dia 7 de setembro de 1979, Dilma Rousseff estava em São Borja, junto com Carlos Araújo, na data em que Leonel Brizola voltou do seu exílio no Exterior imposto pela ditadura militar. Na noite desse dia, ela confraternizou no bar do hotel local com Neusa Brizola, junto com um grupo de amigas. Dilma e Carlos Araujo estavam militando no então recém refundado PTB de Leonel Brizola. Em São Paulo, dirigentes da seção local do PTB tinham certeza de que o partido refundado por Brizola estava sofrendo um "entrismo" de parte de pessoal das antigas organizações da luta armada. Essa se certeza se prendia ao deslocamento, do Rio de Janeiro para São Paulo, do ex-terrorista e ex-exilado Alfredo Sirkis (autor do livro "Os carbornários", sobre a luta armada empreendida por parte da esquerda na década de 60 e início dos anos 70).

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