Obama e Netaniahu: empatia mínima e confiança zero
Nos bastidores da diplomacia israelense, as boas relações entre a líder do partido Kadima, Tzipi Livni, e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, eram motivo de orgulho - sobretudo nos últimos anos, nos quais Israel conta com um polêmico nacionalista, Avigdor Lieberman, à frente de sua Chancelaria.
Mas, quando Hillary convidou a amiga para uma reunião privada no Departamento de Estado em dezembro, desencadeou-se a fúria em Jerusalém - afinal, não faz parte do protocolo convidar uma líder da oposição para discutir a paz no Oriente Médio.
O encontro foi o bastante para deflagrar rumores sobre um possível desconforto americano em dialogar com o premier Benjamin Netanyahu.
Na sexta-feira - 20 de maio, após o sétimo encontro de Netanyahu com Obama, mais um indício. Analistas apontaram, em meio às divergências, uma certeza: Obama e Netanyahu não confiam um no outro.
O americano confidenciou a assistentes acreditar que o israelense nunca estará disposto a fazer concessões para a paz. Já Netanyahu se queixou de que Obama foi longe demais nas pressões sobre Israel.
- O relacionamento deles é correto, na melhor das hipóteses - observa Judith Kipper, do Instituto de Assuntos Internacionais, nos EUA.
Desde o primeiro encontro, em Jerusalém, em 2008, houve uma disputa de cérebros, contam testemunhas. Mas como líder do conservador Likud, Netanyahu nunca escondeu ficar mais à vontade com um republicano do que com Obama - democrata, filho de um muçulmano, cuja introdução ao conflito israelense-palestino se deu por meio de acadêmicos pró-Palestina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário