A improvisação do transporte cubano
Ana Carolina
Boccardo Alves
O havaneiro sofre diariamente com as condições de transporte locais. As linhas de ônibus são insuficientes, lotadas (a qualquer hora do dia ou da noite) e incapazes de suprir a demanda.
Ônibus que deveriam cumprir um intervalo de 15 minutos demoram mais de uma hora, causando filas e mais filas.
A passagem custa 40 centavos de peso e é necessário ter dinheiro trocado, pois o motorista não troca.
Para suprir o problema, foram criadas alternativas curiosas: os táxis, por exemplo. Táxi cubano funciona em estilo lotação, ou seja, é coletivo.
Existem pontos determinados onde eles passam e alguns pontos fixos onde eles param.
Para isso, foi criada uma profissão interessante: o "voceador". Ele fica gritando o destino que o carro vai percorrer e para cada lotação que consegue preencher ganha cinco pesos do chofer.
Geralmente, são carros antigos americanos, daqueles da década de 50 e em alguns cabem até oito pessoas, fora o motorista.
Os menores comportam cinco pessoas e existem inclusive alguns pequenos caminhões Ford modificados (bem desconfortáveis) que acomodam 15 passageiros.
Outro modelo são os compactos e feios carros russos, para apenas quatro pessoas. Carros novos nem pensar. Esses são reservados para os táxis de turista.
Essas linhas percorridas pelos táxis custam entre 10 e 20 pesos, dependendo da distância.
Algumas vezes, elas são a única alternativa para chegar a certas localidades.
Se você não quiser dividir o táxi com outras pessoas, tem que pagar o equivalente ao que o motorista ganharia com o carro cheio.
Geralmente, nesses casos, o motorista transforma o valor de moeda nacional para CUC.
As empresas grandes possuem ônibus próprios que levam seus funcionários ao trabalho.
Esses veículos são doações de outros países, modelos antigos que foram substituídos e muitas vezes são ônibus escolares, daqueles amarelos chamativos, escritos em várias línguas.
Para alguns lugares também existe o "táxi rutero", um micro ônibus que cobra cinco pesos. Os passageiros só podem viajar sentados e é necessário aguardar sua vez numa longa fila.
Já utilizei, mais de uma vez, todas essas modalidades acima. A única que ainda não tive coragem são os bici-táxis, espalhados por toda a cidade.
Eles cobrem distâncias curtas, especialmente quando os passageiros (no máximo 2) estão carregando coisas pesadas. O preço é negociável.
Acho que me sentiria estranha com alguém me carregando daquele jeito. Mas quem sabe eu ainda tente ...
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