sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cai a máscara, Palocci revela à PGR uma alta movimentação financeira após eleição

O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, decidiu enviar um esclarecimento espontâneo à Procuradoria-Geral da República para justificar as atividades econômicas da sua empresa, a Projeto Consultoria Financeira e Econômica Ltda., e o alto volume de recursos que recebeu no fim de 2010, após a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. O ministro foi o principal coordenador da campanha da petista. No documento, que deve ser enviado nesta sexta-feira - 20 de maio, para a Procuradoria Geral da República, Palocci informa que trabalhou para pelo menos 20 empresas, incluindo bancos, montadoras e indústrias, e que boa parte dos pagamentos foi concentrada entre novembro e dezembro do ano passado, quando anunciou aos clientes que não mais atuaria no ramo de consultoria. Na ocasião, segundo a justificativa do ministro, pelo menos 70% dos serviços de consultoria e análises de mercado já estavam concluídos, o que explicaria o pagamento nesse período. O faturamento milionário no fim do ano serviu para "ajudar a comprar o apartamento" de R$ 6,6 milhões em bairro nobre de São Paulo, cuja aquisição foi concluída em novembro. Somente uma dessas empresas que contratou a Projeto, segundo fonte próxima ao ministro, fatura cerca de R$ 350 milhões por mês. Palocci se nega a divulgar o nome de seus antigos clientes, sob a alegação de que respeita cláusulas de confidencialidade e também mantém sob sigilo o valor faturado. Políticos da oposição no Congresso Nacional dizem não ter dúvida de que essa explicação de Antonio Palocci mostra que ele ficou com as chamadas "sobras de campanha" do PT.

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