Juros bancários apresentam nova elevação
Levantamento divulgado pelo Procon-SP revela que as taxas médias de empréstimo pessoal e cheque especial voltaram a apresentar alta neste mês. Em relação ao mês passado um número maior de bancos da amostra elevou suas taxas. Das sete instituições pesquisadas, quatro elevaram suas taxas de empréstimo pessoal e três elevaram suas taxas de cheque especial. Na maioria dos casos, o mesmo banco procedeu às duas alterações concomitantemente.
Constatou-se que, em abril, a taxa média cobrada no cheque especial é de 9,35% ao mês. A maior desde junho de 2003 (9,43%).
Comparando-se com os juros de março, as taxas do cheque especial subiram em três bancos no mês de abril.
- Banco do Brasil – alterou de 8,15% para 8,27% a.m., o que significa um acréscimo de 0,12 ponto percentual, representando uma variação positiva de 1,47% em relação à taxa de março/11;
- Itaú – alterou de 8,85% para 8,96% a.m., o que significa um acréscimo de 0,11 ponto percentual, representando uma variação positiva de 1,24% em relação à taxa de março/11;
- Bradesco – alterou de 8,79% para 8,83% a.m., o que significa um acréscimo de 0,04 ponto percentual, representando uma variação positiva de 0,46% em relação à taxa de março/11.
Verificou que a taxa média que incide sobre o empréstimo pessoal é de 5,49% ao mês. A maior desde desde junho de 2009 (5,52%).
Quanto ao empréstimo pessoal, houve elevação de juros nos mesmos bancos e em mais um. Incorporou-se à lista a Caixa Econômica Federal.
- Banco do Brasil – alterou de 5,28% para 5,48% a.m., o que significa um acréscimo de 0,20 ponto percentual, representando uma variação positiva de 3,79% em relação à taxa de março/11;
- Caixa Econômica Federal – alterou de 4,78% para 4,95% a.m., o que significa um acréscimo de 0,17 ponto percentual, representando uma variação positiva de 3,56% em relação à taxa de março/11;
- Itaú – alterou de 6,30% para 6,38% a.m., o que significa um acréscimo de 0,08 ponto percentual, representando uma variação positiva de 1,27% em relação à taxa de março/11;
- Bradesco – alterou de 6,04% para 6,08% a.m., o que significa um acréscimo de 0,04 ponto percentual, representando uma variação positiva de 0,66% em relação à taxa de março/11.
Nas últimas semanas, acossado pela inflação, o governo adotou medidas para desestimular a tomada de empréstimos.
Além de salgar os juros, apimentou o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).
As medidas de restrição ao crédito tiveram impacto sobre os prazos e juros de financiamento, no entanto cresce a busca por linhas mais caras, como cheque especial e cartão de crédito.
O estudo do Procon chama atenção para que o consumidor fique atento ao fato de que as taxas de juros estão em ascensão e, portanto, empréstimos só devem ser tomados em caso de necessidade, de modo que não se transformem em armadilha para quem já está com o orçamento apertado. E, por falar em armadilha, o cheque especial é extremamente atraente por estar disponível na conta e poder ser utilizado a qualquer momento, no entanto suas taxas são muito altas e podem comprometer seriamente o orçamento, principalmente quando o limite é “incorporado” ao salário.
PS: Na segunda reunião deste ano do COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central (ocorrida nos dias 01 e 02 de março), as autoridades monetárias decidiram elevar pela segunda vez a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, passando de 11,25% para 11,75% ao ano. Com o aumento na taxa básica, o Banco Central dá sequência ao esforço de combate à escalada inflacionária, através das ações de aperto no crédito e na oferta de dinheiro (as chamadas ações macroprudenciais).
O Copom entende que a inflação continua refletindo um descompasso entre oferta e demanda. Há também a interferência dos preços das commodities; da elevação dos preços administrados e dos preços de alimentos in-natura, decorrentes de efeitos climáticos adversos. Além disso, o forte crescimento econômico, induzido pelo crescimento da massa salarial e baixo nível de desemprego, fez elevar os preços dos serviços, que tem peso considerável no cálculo do IPCA.
A alta das taxas de juros em curso, no entanto, parece ainda não ter afetado as decisões de consumo e a consequente demanda por crédito.
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