O bunker em que Kadafi se esconde
Trata-se de um bunker colossal — um maciço de construções militares e residências que constitui um vasto complexo de 6 quilômetros quadrados de área, ao sul de Trípoli, capital da Líbia.
É ali, em seu quartel-general de Bab al Aziziyah, que o coronel Muamar Kadafi se protege dos ataques dos aviões da OTAN, a aliança militar ocidental – que, teoricamente, não visam sua destruição, mas se destinam a evitar o massacre de parte da população civil, rebelada contra o regime, pelas forças do ditador da Líbia.
Mas não são as muralhas que cercam a área, nem os edifícios de concreto maciço nem os milicianos que ali residem os melhores trunfos do ditador para por-se a salvo: o que realmente garante a incolumidade de Kadafi – cuja queda tornou-se agora objetivo declarado dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido – é o escudo humano constituído por centenas de supostos voluntários civis constantemente reunidos numa praça central do bunker, agitando bandeiras, retratos e cartazes.
É nessa praça que fica um monumento destinado a relembrar o bombardeio sofrido pelo bunker em 1986, a mando do então presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, em represália a uma bomba colocada por terroristas apoiados por Kadafi numa discoteca em Berlim frequentada por militares americanos.
O ataque americano - em 1986 - causou meia centena de vítimas, inclusive uma menina que – até hoje não se sabe a verdade – seria filha adotiva do ditador. O monumento consiste em um punho dourado agarrando e amassando um caça-bombardeiro americano. Kadafi costuma dizer que se trata de um retrato “do sofrimento do povo líbio”.
Os escudos humanos, forma repelente de certos regimes de se protegerem usando vidas humanas, não têm dado mostras de afastar-se do bunker, enquanto os aviões da OTAN atacam instalações militares e forças de terra líbias fora da capital.
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