sábado, 16 de abril de 2011

Governo baiano distribui 600 kg de carne por dia ao MST

Sob atmosfera hospitaleira, o governo petista da Bahia está fornecendo gratuitamente 600 quilos de carne por dia e verduras para alimentar os cerca de 3.000 sem-terra que invadiram o prédio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, em Salvador, na última segunda-feira - 11 de abril. Só com a carne, o gasto diário é de cerca de R$ 6 mil, considerando o quilo do produto de segunda a R$ 10. Além disso, foi oferecida aos invasores uma infraestrutura com 32 banheiros químicos, lonas, toldos, água e dois chuveiros - tudo pago com dinheiro público.
Enquanto usufrui das comodidades que lhe são oferecidas na capital, o MST invade terras no interior do Estado.
Na quinta-feira -14 de abril, militantes do movimento invadiram, em Juazeiro, a 500 quilômetros de Salvador, a Fazenda Lastro, completando 40 propriedades rurais ocupadas, só na Bahia. Cerca de 80 famílias de sem-terra participaram da invasão. O MST tem a meta de ocupar 50 fazendas na Bahia até o fim do mês.
Na ausência do governador Jaques Wagner (PT) e do secretário de Agricultura, Eduardo Salles, que acompanham a presidenta Dilma Rousseff na viagem à China, o líder do governo na Assembleia Legislativa baiana, Zé Netto (PT), tentou explicar a hospitalidade oferecida aos sem-terra:
“O MST é um movimento importante, não é nosso adversário, não pode ser tratado com violência...”
“...Esse tipo de notícia é melhor para nós [do governo]. Pior seria a outra [de que os sem-terra foram tratados com violência]”.
Bem alimentados, os integrantes do MST só pretendem deixar o prédio da secretaria quando tiverem do governo baiano a garantia de que suas 15 reivindicações serão atendidas. A pauta inclui assistência técnica e infraestrutura nos 117 assentamentos baianos controlados pelo MST, ou seja, construção de escolas, sistemas de fornecimento de água, 700 quilômetros de estradas e desburocratização do acesso a crédito agrícola.

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