sábado, 30 de abril de 2011

Andar pelado nas ruas não pode mais, decidem os vereadores de Barcelona.

Depois de literalmente anos de discussão, a Câmara de Vereadores de Barcelona acaba de proibir que as pessoas andem nuas ou seminuas pelas ruas da cidade – com a ressalva de que a proibição vale para as áreas distantes das praias e das avenidas e calçadões que as acompanham. Os infratores podem receber multas que vão de 120 a 500 euros (de 280 a 1.200 reais)
Para quem não sabe, em Barcelona há praias nudistas na zona urbana – e não distantes de bairros densamente povoados, como ocorre em outras cidades — e também há, em Barcelona, cidadãos que andam nus pelas ruas, sem outra peça de roupa que uma eventual sandália, reivindicando seus direitos civis.
As praias nudistas continuarão sem problema, mas presume-se que a decisão irá enfrentar na Justiça a oposição de setores ultra-liberais.

O homem da foto está nu em plenas Ramblas de Carcelona, como costuma fazer, e tem uma sunga escura tatuada nas nádegas.

O verdadeiro problema consiste em turistas, geralmente jovens, que circulam pelo centro da cidade, quase sempre vindos das praias, de shorts ou mesmo sungas e sem camisa, os homens, e de biquíni com ou sem cangas, as garotas. Não raro, estão bêbados. Os moradores reclamam, os jornais fazem reportagens e, finalmente, aprovou-se uma mudança em uma “ordenança cívica municipal” de 2006 que regula o comportamento das pessoas no espaço público.
Como tudo na Espanha, porém, a proibição está causando brigalhada política. O socialistas, que governam a cidade, obtiveram o apoio de nacionalistas conservadores, o conservador Partido Popular se absteve e dois partidos de esquerda, um deles republicano, consideraram o ato “desproporcinal” e “arbitrário”.
Jordi Portabella, dirigente do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) disse ser um “erro” o poder público decidir sobre como cada cidadão deve se vestir. Ricard Gomà, líder de uma coalizão de esquerda, avaliou que a proibição “lança um olhar intransigente sobre o espaço público”.
Não se sabe, agora, como ficarão determinados eventos em que todo mundo sai à rua sem roupas, como os tradicionais passeios de bicicleta que se realizam na primavera — mais ou menos nesta época — e no verão para protestar contra a poluição, o uso de automóveis, a globalização ou tudo isso junto.

Veja um exemplo no vídeo abaixo:

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