Beatificação de João Paulo II
Uma Roma enfeitada e blindada prepara-se para beatificar João Paulo II nesse domingo - 1º de maio, no processo mais rápido do gênero na longa História da Santa Sé. O falecido Papa levou só seis anos e 29 dias para virar beato após sua morte, em 2 de abril de 2005, batendo o recorde que até hoje pertencia à beata madre Teresa de Calcutá.
A polícia calcula que um milhão de peregrinos estarão reunidos na Praça de São Pedro para assistir à cerimônia celebrada por Bento XVI.
O túmulo de João Paulo II foi aberto, e o caixão do Papa ficará exposto à visitação dos fiéis até a manhã de domingo - 1º de maio, ao lado do de São Pedro. Depois da cerimônia, será transferido para diante do altar principal da basílica, indo em seguida - e definitivamente - para a Capela de São Sebastião, onde está a "Pietà" de Michelangelo.
No Vaticano, tudo está pronto para a etapa posterior, ou seja, a canonização de Karol Wojtila. A Congregação para as Causas dos Santos está recolhendo depoimentos sobre novos milagres atribuídos a João Paulo II. Todos os testemunhos serão avaliados rápida e rigorosamente. Segundo o prefeito da congregação, o cardeal Angelo Amato, só falta um milagre para decretar a santidade do antigo Papa, segundo os critérios científicos, médicos e religiosos necessários.
Além do milagre já certificado - a cura do mal de Parkinson da freira francesa Marie Simon-Pierre - a Santa Sé está levando muito a sério outros três casos, ocorridos em Rússia, Argentina e Itália. Segundo Marco Ansaldo, vaticanista do jornal "La Repubblica", apesar das críticas de quem não aprova a rapidez da beatificação de João Paulo II, o Vaticano pretende acelerar o processo de canonização também por razões políticas:
- Com todos os escândalos que envolveram a Igreja Católica nos últimos anos, a Santa Sé precisa de um pouco de oxigênio de fé e pureza para virar a página.
A festa - como demonstra o número de charters organizados para chegar em Roma no 1º de maio - será colossal: 150 voos só da Polônia. Católicos de todos os continentes não querem perder o encontro marcado com um Papa tão querido.
Ao todo, 62 representantes de chefes de Estado e governo - ou os próprios - estarão presentes na cerimônia de amanhã, mas os nomes dos presentes só serão comunicados hoje, por motivos de segurança. O Brasil já se sabe que será representado pelo vice-presidente Michel Temer.
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