segunda-feira, 14 de março de 2011

Brasil não tem nenhuma universidade entre as 200 melhores do mundo

Com pontuação máxima, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, manteve a ponta do ranking das melhores universidades em reputação do mundo, divulgado pela Times Higher Education (THE), instituição baseada em Londres. Em setembro, quando a lista foi divulgada pela primeira vez, a universidade também estava no topo.
Entre os países do Bric, o Brasil é o único que não tem nenhuma instituição entre as duzentas melhores. A Universidade de São Paulo (USP) só apareceu na 232ª posição, e acabou representando todas as instituições da América do Sul.
Rússia (Universidade Lomonosov de Moscou), China (universidades Tsinghua, Pequim e Hong Kong) e Cingapura aparecem com instituições entre as 50 melhores do ranking. Já no grupo entre as 51.ª e 100.ª posições surgem universidades de países emergentes como a Universidade de Seul, na Coreia do Sul; Universidade de Taiwan e o Instituto de Ciência da Índia.
A classificação, organizada a partir de uma pesquisa feita com mais de 13 mil professores convidados de 131 países do mundo, reforça a posição dominante das instituições dos EUA. Reino Unido e Japão aparecem com estruturas universitárias robustas. O índice faz parte do ranking das melhores universidades do mundo divulgado pela THE.
O índice de reputação considera apenas a imagem que os acadêmicos têm das instituições. A pesquisa pediu aos acadêmicos experientes para destacar o que eles acreditavam ser o mais forte das universidades para o ensino e a pesquisa em seus próprios campos.
As melhores classificadas foram:
1- Harvard (USA) - 100 pontos;
2- Instituto de Tecnologia de Massachusetts (USA) - 85 pontos;
3- Universidade de Cambridge (Reino Unido) - 80,7 pontos;
4- Universidade da Califórnia, em Berkeley (USA) - 74,7 pontos;
5- Universidade de Stanford (USA) - 71,5 pontos;
6- Universidade de Oxford (Reino Unido) - 68,6 pontos;
7- Universidade de Princeton (USA) - 36,6 pontos;
8- Universidade de Tóquio (Japão) - 33,2 pontos;
9- Universidade de Yale (USA) - 28,3 pontos;
10- Insitituto da Tecnologia da Califórnia (USA) - 23.5 pontos.




Elio Gaspari
A Bolsa Copom plantou uma jabuticabeira
O andar de cima nacional precisa pensar na vida. A revista americana “Forbes” divulgou sua lista de bilionários e, nela, há 30 brasileiros e brasileiras com mais de US$ 1 bilhão.
O legendário banqueiro paulista Gastão Vidigal ensinava que instituições financeiras não lidam com produtos, pois “produto é coisa que se pode embrulhar”, como pregos e sabonetes.
Aplicando-se esse critério à lista da “Forbes”, resulta que no Brasil há 13 bilionários na turma dos produtos (Eike Batista, Jorge Paulo Lemann e Ermírio de Moraes, por exemplo), e outros 15 cujo patrimônio derivou principalmente da atividade bancária (Safra, Villela e Moreira Salles).
No grupo da banca, nove dos bilionários pertencem à segunda geração dos fundadores do Itaú-Unibanco e do Bradesco. Alguns deles têm outras atividades profissionais (quando as têm). Dos nove magnatas suíços, só um está no ramo de investimentos.
Na lista dos dez maiores bilionários do mundo, oito lidam com produtos e, entre eles, há apenas um lote de herdeiros, os Walton, do Wal-Mart, empresa que revolucionou os hábitos de consumo americanos.
O peso dos bilionários da banca brasileira é único. Para ficar na área dos Brics, dos 30 maiores magnatas russos, 20 lidam só com produtos; na Índia, 23; e na China, onde a banca é controlada pelo Estado, a turma está quase toda produzindo, ou negociando com imóveis.
Esse é o produto da Bolsa Copom, com seu juros lunares.

A lista em que falta o Brasil
Na mesma semana em que a revista “Forbes” iluminou 30 bilionários brasileiros, o semanário inglês “THE” (“Times Higher Education”) publicou sua lista das cem melhores universidades do mundo. Cadê o Brasil? Micou e não ficou sequer entre as duzentas. Em 2009, a USP fora a 92ª na área da saúde.
Cruzando-se a lista dos bilionários com a das universidades, a coisa fica feia. A China teve incluídas cinco instituições, a Índia e a Rússia têm uma cada. A América Latina, nenhuma.
Nem tudo é ruína. No pequeno mundo dos cursos de formação de executivos, uma avaliação do “Financial Times” deu a Pindorama o 8º lugar com a Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, e o 13º com o Insper, de São Paulo. Ambas são instituições privadas.
Não é o caso de retomar a discussão sobre o futuro das universidades públicas, até porque, com poucas exceções, o estrago da privataria na rede particular garante que ela ficará fora de qualquer lista por mais 50 anos.
Os 30 bilionários brasileiros poderiam refletir em torno da história de um casal americano. Chamavam-se Leland e Jane. Tinham um só filho e, em 1884, ele morreu em Florença, aos 16 anos.
O casal quis preservar sua memória. Podia ser com um museu, uma escola técnica ou uma universidade. Procuraram o presidente de Harvard, a quem conheciam, e aprenderam que uma universidade lhes custaria US$ 5 milhões. Entreolharam-se e viram que tinham esse trocado, pois a fortuna do casal ia a US$ 50 milhões (US$ 1 bilhão em dinheiro de hoje.).
Voltaram para a Califórnia e criaram a Universidade de Stanford, com o sobrenome da família. Ela é hoje a 5ª melhor do mundo, e a localidade de Palo Alto, cujas terras eram de Leland, é o pulmão do progresso tecnológico americano.
Pouca gente se lembra do senador Leland Stanford como um dos “barões ladrões” da Califórnia, nem da estrada de ferro transcontinental que ajudou a abrir como uma monumental rapinagem, pois ela mudou a geografia dos Estados Unidos.
Pelas contas da “Forbes”, os 30 bilionários brasileiros têm um ervanário de US$ 130,5 bilhões.

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