- Vamos ficar até que o governo diga como vai resolver a situação dos mil sem-terra acampados no estado. Esperamos que Tarso (Genro, governador do Rio Grande do Sul) sinalize com esta área que estava em processo de desapropriação, e outras também - garante a agricultora Neiva Vivian, integrante do comando estadual do movimento.
Olívio Dutra pagou pela área de 1.200 hectares aproximadamente R$ 1.450 milhões, mas o proprietário questionou o valor e não entregou a terra. Em 2008, o judiciário definiu que o Estado tem direito à área, mas que o pagamento deveria ser de R$ 3,8 milhões. Os R$ 1,9 milhão restantes ainda não foram repassados ao proprietário, que mantém no local 1000 cabeças de gado.
- Na verdade, estamos em dúvida se inclusive o primeiro pagamento foi efetivado porque houve um depósito, em seguida um estorno e depois um novo empenho ao longo desses anos todos. A procuradoria do Governo do Estado está buscando a documentação - explica o secretário da agricultura Luiz Fernando Mainardi.
Mainardi não garante a compra da propriedade, mas diz que a disposição do governo é negociar uma saída conjuntamente com o MST.
- Uma comitiva liderada pelo secretário de Secretaria Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo Ivar Pavan, vai a São Borja negociar a saída dos ocupantes, para em seguida, com a fazenda liberada, dialogar em busca de uma solução - completa.
A Brigada Militar (polícia militar gaúcha) destacou um grupo de 40 homens para monitorar a ação dos trabalhadores rurais, que transcorre com tranquilidade. A corporação questiona os dados divulgados pelo MST, de que 400 famílias estão no local. A BM diz que não passam de 250 pessoas.
O Movimento Sem Terra também pede que seja cumprida uma promessa firmada em um Termo de Ajustamento de Conduta, em 2008, de assentar todas as mil famílias atualmente acampadas no Estado.
- Foi um compromisso feito pelo governo para terminar com a marcha à fazenda Guerra - cobra Neiva Vivian, que já conseguiu ser incluída em um assentamento na cidade de Piratini, mas auxilia os colegas na obtenção do mesmo benefício.
Segundo dados do MST, desde a gestão de Olívio Dutra que o governo estadual não promoveu mais nenhuma ação de reforma agrária. A última desapropriação no Rio Grande do Sul ocorreu em São Gabriel, em 2008, e foi promovida pelo Governo Federal.
PS: Os manifestantes chegaram à fazenda onde só estavam o caseiro e sua família. O funcionário foi imobilizado pelos membros do MST.
A área invadida só poderá acolher 54 famílias.
Segundo o MST existem mil famílias acampadas em todo o estado esperando assentamento.
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