Laranjas compram rádios e TVs do governo federal
Empresas abertas em nome de laranjas são usadas frequentemente para comprar concessões de rádio e TV nas licitações públicas realizadas pelo governo federal. Por trás dessas empresas, há especuladores, igrejas e políticos que, por diferentes razões, ocultaram sua participação nos negócios. De 91 empresas que estão entre as que obtiveram o maior número de concessões, entre 1997 e 2010, 44 não funcionam nos endereços informados ao Ministério das Comunicações. Entre seus “proprietários”, constam, por exemplo, funcionários públicos, donas de casa, cabeleireira, enfermeiro, entre outros trabalhadores com renda incompatível com os valores pelos quais foram fechados os negócios. Há muitas hipóteses para explicar o fato de os reais proprietários lançarem mão de laranjas em larga escala. Camuflar a origem dos recursos usados para adquirir as concessões e ocultar a movimentação financeira é um dos principais. As outras são evitar acusações de exploração política dos meios de comunicação e burlar a regra que impede que instituições como igrejas sejam donas de concessões. Também existe outra regra que explica o uso de laranjas: a proibição de que um mesmo dono tenha mais de três emissoras de rádio e televisão. Não há informação oficial de quanto a venda das concessões públicas movimentou. De 1997 a 2010, o Ministério das Comunicações pôs à venda 1.872 concessões de rádio e 109 de TV.
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