quarta-feira, 30 de março de 2011

Chávez recebe prêmio de jornalismo na Argentina






Hugo Chávez recebe prêmio da reitora da Universidade Nacional de La Plata, Florencia Saintout, na Argentina


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, recebeu na Argentina o prêmio de jornalismo Rodolfo Walsh, concedido pela Faculdade de Jornalismo e Comunicação Social da Universidade Nacional de La Plata. Segundo a instituição, que é pública, a premiação foi concedida a Chávez por "seu autêntico e inquestionável comprometimento com a liberdade dos povos". Além de suas famosas críticas à imprensa, a relação de Chávez com a mídia também é marcada pela criação da Telesur, rede de TV bancada por governos da América Latina.
- Vida longa à liberdade de pensamento! Fim à hegemonia - disse Chávez ao receber o prêmio, acrescentando que está promovendo "uma nova dinâmica para a comunicação e a informação popular, livre da ditadura da mídia da burguesia e do império".
Cerca de cinco mil pessoas presenciaram a cerimônia de premiação em La Plata. Ao chegar à Argentina, onde começou um giro que incluirá passagens por Uruguai, Bolívia e Colômbia, o presidente venezuelano disse estar orgulhoso pela premiação. Ele também reafirmou que há liberdade de imprensa em seu país, ao contrário do que dizem críticos e organizações internacionais.
- É apenas a burguesia que quer impor sua voz. Ela não quer ouvir a voz do povo. E nós - Cristina assim como eu - representamos a voz de nossos povos - afirmou Chávez, citando a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao chegar a Buenos Aires.
O jornal venezuelano "El Nacional" criticou a concessão do prêmio ao presidente. "Que uma universidade sul-americana não saiba sobre essa grave situação e ouse honrar esse líder militar com o Prêmio Rodolfo Walsh diz muito sobre a destruição dos valores que os Kirchner impuseram à nação argentina. Walsh foi uma vítima da repressão militar e seu exemplo agora é manchado absurdamente", diz o editorial do diário.
O prêmio é uma homenagem a Rodolfo Walsh, um dos jornalistas mais importantes das últimas décadas na Argentina, sequestrado e assassinado pelos militares em 1977. Em meio à enxurrada de críticas, a reitora da faculdade, Florencia Saintout, afirmou que "este não é um prêmio neutro, é um prêmio de uma faculdade criada após a ditadura". Para Saintout, "Chávez lidera um dos processos mais profundos de emancipação da América Latina".
Na Argentina, Cristina Kirchner vem sendo questionada por uma manifestação do sindicato dos caminhoneiros - aliado do governo - que impediu no domingo - 27 de março - a circulação do "Clarín", um dos jornais que fazem oposição à presidente. Ao chegar a Buenos Aires, Chávez defendeu Cristina.
- Aqui há democracia - afirmou ele, elogiando o país pelo "debate aberto, como na Venezuela, e pela presidente que é uma absoluta defensora dos direitos humanos e da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e da liberdade de pensamento".
Os dois presidentes assinaram acordos comerciais nas áreas de alimentos, transporte e energia e visitaram uma fábrica estatal onde serão construídos navios para a indústria de petróleo venezuelana.

PS: Chávez é o segundo presidente a receber a premiação. O primeiro foi Evo Morales, da Bolívia.

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