Ricardo Setti
A presidente Dilma é durona?
É firmeza?
Então deve imediatamente demitir o coronel-aviador Geraldo Corrêa de Lyra Júnior, comandante do avião presidencial, que pura e simplesmente, sem o conhecimento de Dilma, contrabandeou para a aeronave uma amiga nos voos de ida e volta que levaram a presidente da República para passar os feriados de Carnaval perto de Natal (RN)
O episódio, revelado, como não poderia deixar de ser, desatou uma crise no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança da presidente. A passageira clandestina — em pleno avião presidencial, meus amigos! — é a professora de educação física Amanda Correa Patriarca, irmã de uma das comissárias de bordo, Angélica Patriarca, que por sinal é sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) e merece punição.
O GSI, cujo ministro-chefe é o general-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, expediu uma atrapalhada nota dizendo ter havido um “equívoco” e negando, contra todas as evidências e contra a mais rudimentar lógica, que tenha ocorrido “quebra de normas de segurança” no avião presidencial.
Amigos, isso não é uma brincadeira, não é um episódio irrelevante, não é uma picuinha: um coronel comandante de base aérea que pilota o avião da presidente da República colocou, em voo oficial destinado a levar Dilma a um descanso de Carnaval, uma pessoa estranha à tripulação e que não era oficialmente passageira. Ainda por cima, fez ou permitiu que ela usasse para sua bagagem pessoal mala padronizada, oficial, de forma a disfarçar a malandragem. Trata-se de coisa séria.
O episódio é o fim da picada, é uma desmoralização para o GSI, e seu desfecho deveria ser exemplar: o coronel tem que ser demitido, ou Dilma sai muito mal do episódio. E precisa sobrar alguma coisa também para a sargento Angélica.
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