terça-feira, 5 de abril de 2011

China prende artista aclamado e silencia sobre seu paradeiro

O artista plástico chinês Ai Weiwei, reconhecido internacionalmente, desapareceu após ser detido no aeroporto de Pequim. Ele foi interpelado na manhã do domingo - 03 de abril, quando passava pela segurança do aeroporto, antes de embarcar em um vôo para Hong Kong. Ninguém mais teve notícias dele desde então. Poucas horas após sua detenção, o estúdio do artista em Pequim foi invadido por mais de 40 policiais. Dezenas de itens foram confiscados e funcionários foram interrogados. Ai Weiwei, de 53 anos, vem se tornando um dos mais eloquentes críticos do regime chinês, principalmente sobre a falta de respeito aos direitos humanos. O artista viajava com uma assistente, Jennifer Ng. Os documentos de ambos foram checados e apenas Ng pôde seguir viagem a Hong Kong. Ela disse que o artista foi levado por guardas de fronteira: "Eu voltei para checar com os seguranças e eles disseram: 'Ele tem outros negócios, você pode seguir sozinha no vôo". A obra de Ai Weiwei é reconhecida em todo o mundo. Ele ajudou a desenhar o estádio olímpico de Pequim, usado nos Jogos de 2008, que ficou conhecido como "Ninho do Pássaro". Ele atualmente faz uma exposição na galeria Tate Modern, em Londres, com uma obra composta por mais de 100 milhões de peças de porcelana moldadas na forma de sementes de girassol. O artista também vem se tornando um crítico contumaz do governo chinês. Algumas de suas obras têm conotações políticas. Ele tentou, por exemplo, reunir todos os nomes de estudantes mortos durante o terremoto de Sichuan, de 2008. Esse é um tema sensível, porque muitas escolas desabaram com o terremoto, levando a acusações de que elas haviam sido construídas de maneira inadequada. Ai Weiwei também deu seu apoio a outros ativistas que enfrentaram as autoridades chinesas. No final do ano passado, ele compareceu a um tribunal em Pequim ao lado do artista Wu Yuren, que seria julgado. Ele aproveitou a oportunidade para falar à mídia estrangeira, criticando o governo pelo que considera uma falta de direitos básicos e liberdades na China.

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