domingo, 3 de abril de 2011

Casal se submete a inseminação artificial, trigêmeas nascem e pai só aceita duas crianças.

Um caso de rejeição de bebê nascido de inseminação artificial escandaliza especialistas em Curitiba, no Paraná. Um casal realizou tratamento de reprodução assistida. Logo no início da gestação, a mulher ficou sabendo que engravidou de trigêmeas. O pai, no entanto, disse que só queria duas crianças. As crianças nasceram em uma maternidade de Curitiba e o pai tentou abandonar uma das meninas. Afirmou que levaria para casa apenas duas delas.
O casal é de classe média alta. O Ministério Público, através de uma liminar obtida na Justiça, impediu o casal de levar os bebês para casa. Os pais perderam a guarda das três crianças, que foram encaminhadas a um abrigo. O Ministério Público informou que não vai se manifestar sobre a questão, já que todo caso envolvendo crianças é tratado sob segredo de Justiça. A Justiça deve decidir o destino dos bebês.
O médico que acompanhou o caso, Karan Abou Saad, afirmou que em seus 36 anos de profissão nunca viu algo parecido, de o pai rejeitar os filhos, ou um dos filhos, após o casal se submeter à técnica de inseminação artificial.
- Nosso sucesso significa bebê em casa. A partir de hoje surgiu uma nova modalidade, de bebê não-aceito. É uma situação inédita - diz Saad.
Quando se submete à técnica de reprodução assistida, os casais assinam um termo no qual se dizem cientes de que poderão ter mais de um filho.
O médico Karam Saab disse que a maioria dos casais inférteis que chega à sua clínica inclusive opta por ter gêmeos.
- E nós é que desencorajamos. O ideal é ter um bebê de cada vez. Para isso, evitamos excesso de medicamentos. Mas, às vezes, vêm gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos. E todos reagem bem a isso - afirmou o médico.
O médico lembra que os casais que procuram por uma inseminação artificial entram num ciclo de ansiedade e estresse durante o processo de fertilização, que podem desencadear reações diversas.
O casal infértil é especial, diferente. Ele não tem condições de aceitar essa deficiência. Ambos entram num ciclo muito grande de ansiedade, estresse, frustrações. Então, nós esperamos qualquer coisa, mas nunca isso. Essa é uma situação inédita. Nenhum colega ou psicóloga que eu tenha conversado relatou algo semelhante - diz o médico.
O casal não quis se pronunciar a respeito do assunto.
A advogada Adriana Hapner, especialista em direito de família, diz que o caso é delicado e que a prioridade é sempre garantir o direito das crianças.

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