As modas vão e vêm
Os rótulos mudam conforme o olho do observador.
Veja-se o caso de Marta Suplicy.
Rica e bem-nascida, ela não é uma petista de mostruário.
Foge do modelo militante prêt-à-porter.
Marta estava sentada no banco da escola católica Des Oiseaux havia dois anos, quando Lula aportou em Santos sem nunca ter lido um livro, nos idos de 1952.
Ela estudava. Passava as férias no castelo do avô barão, em Itaipava (RJ). Na fase em que Lula vendia amendoim e tapioca nas ruas para dar suporte à mãe.
Aproveitando-se das brechas que sua época abriu, Marta escapou de uma armadilha que ainda hoje aprisiona algumas mulheres. Ela havia sido criada para viver num mundo de donzelas burguesas, matriarcas austeras e machos opressivos.
Traçaram-lhe um destino de horizontes acanhados: entregaria seus olhos azuis a um marido de boa cepa, teria filhos e administraria o lar.
Aproveitou-se da sorte de estudar nos EUA na fase em que jovens como ela se faziam notar queimando sutiãs em público.
Depois, quando as saias já se insinuavam no mercado de trabalho, ela ganhou fama na televisão, entre 1980 e 1986.
Invadia os lares, no matinal "TV Mulher", falando em masturbação, orgasmo e homossexualismo.
Fez-se misturando ousadia e ideias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário