sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Agroinflação
O Índice de Preços de Alimentos da FAO (FAO Food Price Index), braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, voltou a bater recorde em janeiro, foi o sétimo mês seguido de alta. O indicador, que mede a variação dos preços dos alimentos, subiu 3,5% em relação a dezembro e atingiu 231 pontos. Desde junho de 2010, quando adversidades climáticas começaram a ceifar a safra de grãos de Rússia e países vizinhos, o índice apresenta apenas variações positivas. O índice é composto a partir do comportamento dos preços de uma cesta formada por carnes, lácteos, cereais, óleo, gorduras e açúcar,
"Os preços dos alimentos vão continuar muito altos, mais que em 2010, e até agosto não vejo correção significativa", disse Abdolreza Abbassian, economista da FAO. Ele lembra que, na situação atual, os principais ganhadores serão os Estados Unidos, maior exportador agrícola do mundo, o Brasil, que exporta quase tudo no setor, e também a União Europeia, por causa de seus embarques de grãos. A nova alta do índice também reforça a posição da França de buscar no G20 maneiras de regular o mercado agrícola e coibir a grande volatilidade atual. O Brasil vê com preocupação ideias de intervenção direta nos mercados.
A FAO constatou que, globalmente, a pressão altista dos alimentos não diminuiu e que a fatura vai pesar para os países pobres que são importadores líquido de alimentos. Segundo o economista Abdolreza Abbassian, o único fator positivo até agora é que alguns países vêm obtendo boas colheitas e podem manter os preços domésticos de produtos de base mais baixos que os internacionais. Mas nem sempre isso é verdade. No Brasil, as cotações do milho no mercado interno subiram mais de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.
Não se vê expectativa de queda do índice FAO, mas de crescimento. O que penalizará os consumidores já que a alta de preços é palpável e crescerá gerando inflação.
Situação
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