terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lula quer memorial interativo

O museu que contará a história do primeiro governo petista terá inspiração tucana. O ex-presidente Lula definiu os museus do Futebol e da Língua Portuguesa, em São Paulo, como modelos para o memorial que abrigará o acervo do seu mandato. Ambos foram construídos em gestões do PSDB e usados por José Serra na campanha presidencial de 2010. Nos últimos dias, Lula disse a aliados que planeja um memorial interativo, que convide os visitantes a "participar" de momentos históricos da sua trajetória. Ele tem usado dois exemplos: as assembléias de metalúrgicos em São Bernardo do Campo, em 1979, e o grande comício das Diretas na Praça da Sé, em 1984. A idéia do ex-presidente é criar ambientes que "transportem" as pessoas para as manifestações. Ele só não deixou claro aos interlocutores se o visitante "participaria" das manifestações como povo, com a perspectiva da multidão, ou como Lula, do alto dos palanques. O petista é fã declarado do Museu do Futebol, que tem atrações como uma sala que reproduz gritos de diversas torcidas para simular o clima das arquibancadas.


Instituto de Lula no Palacete Linneo de Paula Machado
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), sugeriu ao ex-presidente Lula que a sede do futuro instituto dele seja no palacete Linneo de Paula Machado, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. A sugestão foi feita durante jantar, na casa do governador, no qual também participaram o prefeito Eduardo Paes e o empresário Eike Batista.

Há um problema na oferta: o imóvel não pertence ao Estado. Em setembro do ano passado a prefeitura confirmou que negociava a compra por R$ 10 milhões, mas não informou o que faria com ele. Começaram a circular rumores de que ali seria a sede da Fundação Lula. A prefeitura negou e disse que a negociação estava encerrada. Porém, as negociações não pararam. Começou-se a buscar um "mecenas", um empresário que comprasse o imóvel e o cedesse ao ex-presidente. O casarão de 1.750 metros quadrados, instalado em um terreno de mais de 8.000 metros quadrados em área nobre da cidade, está desocupado desde 2005. Assessores de Lula estiveram no local e ficaram impressionados com o imóvel em estilo eclético francês, construído no início do século passado pelo empresário Cândido Gafrée. Tombado pelo Estado e pelo município, o palacete tem que ser preservado, o que afasta as incorporadoras. Avaliação feita pela Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro) calcula que, se fosse possível construir ali, o imóvel valeria entre R$ 60 milhões e R$ 64 milhões.


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Ainda no Rio, Lula recebeu o sociólogo Emir Sader, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa. Segundo Sader, o ex-presidente ainda está decidindo onde funcionará o instituto: "Ele está cauteloso. Não sabe ainda como se colocar, como fazer e qual identidade vai assumir. Mas me disse que não quer fazer uma fundação como fez FHC em torno da própria pessoa".



Situação

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