A votação do novo mínimo teve importância especial porque foi transformada num teste capaz de determinar os graus de resistência e submissão do Congresso ao novo governo.
Dos senadores gaúchos só Ana Amélia de Lemos resistiu ao teste de submissão imposto pelo governo.
A senadora do PP, Partido da base aliada do governo Dilma Rousseff, votou por um salário maior para os trabalhadores.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) informou que acompanhou a Oposição no caso da votação do novo salário mínimo:
- " Votei pelos R$ 600,00, proposta do candidato que apoiei para presidente, o ex-governador José Serra. Fui coerente! "
- " Na votação do dispositivo que atribui ao governo a competência exclusiva de legislar sobre os novos mínimos votei contra. O artigo é inconstitucional. O Congresso fez muito mal em abrir mão da sua prerrogativa. "
- " Sou coerente com as posições que assumi na campanha eleitoral. Não esperem de mim outra atitude. "
- " Bom, eles terão que explicar isto. "
Os outros dois senadores gaúchos votaram submissamente com o governo do PT.
Paulo Paim (PT-RS) engoliu a defesa dos trabalhadores e rendeu-se ao governo.
É cínico o silêncio obsequioso das centrais sindicais diante da submissão do senador Paulo Paim ao governo Dilma.
Será que:
- as centrais sindicais fizeram de conta que queriam R$ 560,00 para não se confundirem com os R$ 600,00 pedidos por Serra ?
- estavam mais interessadas no imposto sindical e nas verbas públicas federais do que nos trabalhadores ?
Pedro Simon (PMDB-RS) nem sequer se deu ao trabalho de explicar por que razão preferiu a abstenção, que na prática foi o mesmo que votar no governo.
Num cenário como a votação do novo salário mínimo, ficar em cima do muro é ficar com a maioria sem deixar isto muito claro.
Na realidade, Simon votou no governo. Seguiu o voto indicado por José Sarney e Renan Calheiros, os líderes do PMDB no Senado.
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