A "consciência" de Paulo Paim
O senador petista Paulo Paim (PT-RS) vai apoiar a proposta do governo federal de reajuste do salário mínimo para R$ 545,00 a partir de março. Paim deve seguir sua "consciência" ao escolher o valor que vai apoiar.
Paulo Paim se reuniu com os sindicalistas para discutir a votação do salário mínimo, marcada para esta quarta-feira(23) no plenário do Senado Federal. Depois de ter ameaçado apresentar emenda para elevar o valor para R$ 560,00 Paim fala agora em garantir a política de reajuste do mínimo nos próximos anos como prioridade, sem ter como foco o valor que vai vigorar este ano. "É a melhor política do salário mínimo construída nos últimos anos. Vou conversar com a minha bancada e com o Executivo para retomar as discussões de pontos fundamentais para os aposentados depois da votação", afirmou ele, em uma sinalização de que vai apoiar os R$ 545,00.
Na semana passada, a consciência de Paim pedia uma emenda: antecipação de 2,76% do reajuste do mínimo previsto para 2012.
Com isso, os R$ 545 propostos por Dilma virariam R$ 560. Uma cifra que a consciência de Paim considerava mais adequada.
Súbito, Paim e a consciência dele desistiram de apresentar a tal emenda.
Alega-se que, sob pressão do Planalto, o consórcio governista negaria a Paim as 17 asssinaturas exigidas pelo regimento.
Bobagem. Se Paim quisesse, recolheria pelo menos 19 assinaturas de oposicionistas. Mas a consciência do senador está na bica de virar a página. Pra trás.
O senador disse aos sindicalistas que retomará velhas brigas: extinção do fator previdenciário, reposição das perdas dos aposentados e reajuste da tabela do IR.
São causas perdidas. O “fator”? Dilma não tem a intenção de mudar. Reposição das aposentadorias? Nem pensar. No máximo, desconto nos remédios.
Quanto ao reajuste da tabela do IR, o governo já prometeu 4,5%. É menos do que querem as centrais. Mas é tudo o que Paim vai ter.
As centrais “liberaram Paulo Paim para ele votar como quiser”. Não vão tratar Paim como trataram o companheiro Vicentinho (PT-SP), na Câmara.
Paim e a consciência dele poderão votar a favor dos R$ 545 sem o inconveniente das vaias.
O jogo dos R$ 545 está jogado. Paim dificilmente vai recobrar a consciência. A essa altura, todas as consciências estão feitas.
A consciência do trabalhador está no fim do mês perpétuo a que foi condenado.
A consciência dos governistas está no tilintar das verbas.
A consciência de Dilma está no bisturi. A de Paim? Sumiu.
Situação
Nenhum comentário:
Postar um comentário