Rombo de fundo de pensão da Petrobras
vai a R$ 10 bilhões
vai a R$ 10 bilhões
Henrique Jäger, presidente da Petros |
O deficit da Petros (fundo de pensão da Petrobras) superou a marca de R$
10 bilhões em seu principal fundo em julho deste ano. Houve aumento de
60% em apenas sete meses. Em dezembro, o buraco era de R$ 6,2 bilhões.
Este é o valor que faltava para o Plano Petros do Sistema Petrobras
(segundo maior do país, atrás do Previ, do Banco do Brasil) pagar todos
os benefícios previstos até o último participante vivo ao longo das
próximas décadas.
O deficit cresce porque os investimentos do fundo renderam 5,8% no ano,
abaixo da meta de 10,3% para o pagamento dos benefícios.
Fernando Siqueira, conselheiro fiscal da Petros, disse que o retorno do
plano foi afetado pela queda das ações na Bolsa e pela perda de valor de
títulos públicos.
Em relatório, os conselheiros fiscais Marcos André dos Santos e Ronaldo
Tedesco afirmam que o retorno de algumas empresas estaria abaixo do
esperado. Seriam os casos de Invepar, Lupatech, Dasa, Itausa e BRF. Só a
participação na empresa de sondas Sete Brasil caiu 29% no ano, para R$
1,2 bilhão.
Segundo eles, existiria "baixa confiabilidade na direção do fundo em
razão da percepção de que este vem sendo utilizado por grupos políticos
para cumprir objetivos diversos de sua finalidade".
A Polícia Federal abriu neste ano investigação, pela Operação Lava Jato,
para apurar irregularidades no fundo de pensão da Petrobras.
O plano tem 23 mil contribuintes e 55 mil aposentados que provavelmente
terão que fazer contribuições extras para tapar o rombo a partir de
2017. Os contribuintes tendem a pagar mais, os pensionistas, a receber
menos.
Isso porque, pelas regras do setor, um fundo precisa de um plano para
resolver o déficit em duas situações: ao manter por três anos seguidos
resultados negativos ou quando eles superaram 10% do patrimônio do
fundo.
O Petros deve se encaixar nas duas situações. O fundo já teve deficit em
2013 (R$ 2,3 bilhões) e 2014 (R$ 6,2 bilhões). Este último valor
equivalia a 9,44% do patrimônio no fim de 2014. Essa proporção deve
ficar acima de 10% ao fim deste ano — em julho, os ativos líquidos do
fundo somavam R$ 63,5 bilhões.
Um grupo de trabalho da Petrobras já estuda propostas para equacionar o
deficit. Além dos funcionários, a Petrobras terá que fazer contribuições
extras, de R$ 1 para cada R$ 1 do participante.
Procurada, a Petros disse que não comenta resultados parciais da
fundação. E informou que sua rentabilidade foi de 238,72% nos últimos
dez anos, superior à meta de 200,21% no período.
Nenhum comentário:
Postar um comentário