A economia brasileira vive momento crítico, o governo precisa conter gastos públicos e direcionar melhor os benefícios sociais
Em um relatório sobre a situação econômica brasileira, apresentado na
quarta-feira, dia 04.nov.2015, a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que o Brasil passa por um
“momento crítico” e que, para fazer frente aos desafios, precisa
continuar com as medidas de ajustes fiscais e diminuir o gasto público.
De acordo com a OCDE, o Brasil deve sofrer ao longo dos próximos anos.
Em parte, a economia será abalada pela queda nos preços das commodities —
produtos básicos, com cotação internacional, como a soja — e com o
envelhecimento da população. Esses fatores pressionam a economia, que
deve registrar retração nesse e no próximo ano: de 3,1% em 2015 e 1,65%
em 2016. A OCDE também projetou a inflação para esses dois anos: de 9,4%
no final deste ano, com queda acentuada no ano que vem, para 4,9%.
O receituário da organização é o do corte de gastos. O Brasil precisa
avaliar melhor onde põe dinheiro: "O melhor direcionamento dos
benefícios sociais — gastar mais com os menos favorecidos, e menos em
benefícios para aqueles que se juntaram com sucesso à classe média —
poderia reduzir a desigualdade e fortalecer, simultaneamente, as
finanças públicas", avaliou a OCDE.
Para a organização, o Brasil precisa garantir a estabilidade fiscal e
monetária, e fazer, para isso, mudanças estruturais que estimulem o
aumento da produtividade: “Reformas estruturais ambiciosas são
urgentemente necessárias para diminuir as lacunas de produtividade com
outras economias emergentes, assegurando, ao mesmo tempo, que todos os
brasileiros possam compartilhar os frutos da prosperidade", disse o
secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
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