Os padrões do prêt-à-porter
A expressão vem do francês: prêt (pronto) + à-porter (para levar). No idioma da moda, significa “pronto para vestir”.
Transposta para o universo da política, tornou-se representação animada de sentimentos contraditórios.
Sob o pretexto de que não governam sem governabilidade, os inquilinos do Planalto recorrem ao prêt-à-porter da política.
Sempre na moda, pronto para vestir qualquer governo, o PMDB tornou-se a peça mais sensual do mostruário do Congresso.
Continuadora de Lula, Dilma Rousseff recobre o torso de sua gestão com um modelito que há muito rompeu as comportas do proibido.
Como no mundo das passarelas, na política nada se cria, tudo se copia.
Se uma ideologia já não está dando, aplica-se uma renda na bainha e –pronto!— volta a ficar em alta no mercado, pronta para usar.
Dilma e Sarney tornaram-se modelitos ‘prêt-à-porter’. Sobreviventes da ditadura. Ela resistiu à tortura. Ele escapou da Arena para o PDS. Depois, obteve do PMDB um prontuário novo, passaporte para o Brasil pós-redemocratização. Agora confraternizam numa relação de amor politicamente livre. Casamento de conveniência.
Mesmo para os padrões do prêt-à-porter da política moderna, a junção parece anacrônica.
A presidente permitiu-se ultrapassar a fronteira da permissividade. Desfilou no terreno das impudicas e ecléticas relações políticas.
Algo inusitado no senado
Eleita primeira vice-presidente do Senado Federal, Marta Suplicy (PT-SP) decidiu impor aos colegas os rigores do regimento.
Senhora do tempo, Marta foi rigorosa na administração do relógio. Mediu todos os discursos.
Revelou-se especialmente draconiana com o ex-marido, Eduardo Suplicy (PT-SP), que escalou a tribuna para defender o terrorista italiano Cesari Battisti.
Suplicy excedeu-se no tempo. Marta o alertou por três vezes sobre a necessidade de encerrar o pronunciamento. Em uma delas, o microfone do petista acabou cortado, mas a senadora permitiu que ele concluísse o discurso. "O último minuto, senador, porque já foi prorrogado várias vezes. Agora, vamos para mais 1 minuto e encerramos", disse a petista.
PS: O presidente do senado José Sarney (PMDB-AP) começou a presidir a sessão, mas se retirou do plenário para permitir que Marta ficasse pela primeira vez no comando da Casa depois de eleita.
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