Segurança Pública do Rio Grande do Sul analisará caso de presos soltos por polícia
Oito suspeitos de tráfico de drogas não tiveram prisão decretada.
Polícia Civil alega que investigação não estaria de acordo com código penal.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul vai se reunir na próxima semana com representantes da Polícia Civil e do Ministério Público para debater o caso em que oito suspeitos de tráfico de drogas foram soltos pela Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) mesmo tendo sido presos em flagrante em operação com participação da Brigada Militar.
A ação foi realizada na quinta-feira (23 de agosto). Foram apreendidas drogas, armas e munições, além das oito pessoas detidas. Os suspeitos foram levados para uma delegacia na Zona Norte de Porto Alegre e, em seguida, soltos pela delegada de plantão. Para a Polícia Civil, a investigação não estaria de acordo com o que diz o Código Penal. A Brigada Militar teria realizado escutas telefônicas para investigar os detidos.
"Nós respeitamos a investigação presidida, coordenada pelo Ministério Público. Só que dentro dessa investigação, dentro desse processo, há atos que são privativos da Polícia Judiciária", disse o delegado Antônio Vicente Vargas, diretor do departamento de Polícia Metropolitana.
O delegado discorda que agentes da Brigada Militar cumpram funções que deveriam ser de policiais civis, como escutas e reconhecimento de locais. O Ministério Público alega que a investigação foi feita pelo órgão, apenas com a ajuda de policiais militares. "A nossa investigação, nós encaminhamos a alguns policiais, no caso, mas eles estão trabalhando na nossa investigação e não como policiais militares. O desconforto é a investigação do MP e o cumprimento de mandados pela Brigada Militar. Esse é o desconforto porque, na visão deles, tanto uma como a outra deveria ser de exclusividade da Polícia Civil", justificou Marcelo Lemos Dornelles, sub-procurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público.
O caso não é isolado. Por isso, o assunto vai ser discutido na próxima semana, na secretaria de Segurança Pública. Em nota, os Delegados de Polícia do estados acusaram os membros do MP de tentativa de criar clima de animosidade.
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