Joaquim Barbosa afirma que Banco Rural favoreceu PT com empréstimos fictícios
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Joaquim Barbosa |
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, relator do
processo do Mensalão do PT, afirmou que o Banco Rural concedeu em 2003
um empréstimo no valor de R$ 3 milhões ao PT mesmo diante do fato de a
legenda ter encerrado o ano anterior com um rombo de R$ 2 milhões em
suas contas. Segundo Joaquim Barbosa, a instituição deixou de cumprir
normas para a concessão de empréstimos e de renovações deles nos casos
que envolveram o PT e as empresas do grupo do publicitário Marcos
Valério. "O Banco Rural, todavia, sobretudo nas operações realizadas com
o PT, a SMP&B Comunicação e a Graffiti Participações, não cumpria
as prescrições do Banco Central", afirmou o relator, ao inaugurar a
análise do item do processo do mensalão relativo à gestão fraudulenta de
instituição financeira. O Ministério Público Federal acusa
ex-dirigentes do Rural de terem favorecido o PT e as empresas de Valério
com empréstimos fictícios que abasteceram o esquema. Em troca, a
instituição teria interesse em negócios que precisavam do aval do
governo federal. Joaquim Barbosa, que ainda não apresentou voto em
relação aos réus, afirmou que faltaram documentos para comprovar que o
PT e as empresas de Valério tinham lastro financeiro para tomar
empréstimos milionários no Rural. O ministro ressaltou que uma análise
técnica feita pelo próprio banco constatou que os cadastros de Valério e
dos ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach eram incompletos ou até
falsos. "A gravidade da situação foi destacada até pelos analistas do
Banco Rural", destacou. O ministro disse que uma investigação feita pelo
Banco Central constatou que o Rural não realizou entre 2003 e 2005
operações de crédito dentro dos parâmetros legais para as instituições
bancárias. As conclusões, ressaltou, foram encaminhadas para o
Ministério Público Federal.
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