sexta-feira, 31 de agosto de 2012


João Paulo deve deixar candidatura 
e mandato

João  Paulo  Cunha
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que teve maioria dos votos no Supremo Tribunal Federal (STF) pela condenação por corrupção passiva e peculato na ação penal do chamado mensalão, "não tem mais condições" de se manter na disputa pela prefeitura de Osasco nem mesmo de manter o mandato na Câmara, disse um ministro petista do governo federal.
"É hora de pensar no partido, na cidade e no Estado. Quanto antes ele deixar a disputa, menos danos causará", disse de forma reservada o ministro, que lamentou a condenação do deputado.
Mesmo ainda havendo em tese a possibilidade de os ministros do STF mudarem seus votos e inocentarem João Paulo, as chances de se reverter o atual placar -- 9 votos pela condenação dos dois crimes e dois pela absolvição -- são remotas.
"Fico triste em dizer, mas não tem mais condições", disse o ministro.
"Penso que ele deveria anunciar que deixa a disputa para reduzir os danos à campanha", complementou.
Segundo fontes ouvidas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também concorda que João Paulo deve abrir mão de concorrer à prefeitura e abrir espaço para uma alternativa ou "plano B", como relataram as fontes.
A defesa de João Paulo Cunha diz que não se pode considerá-lo condenado antes do final do julgamento, ainda em fase inicial. A decisão final, com a publicação do acórdão, pode sair apenas no início de 2013.

Placar anti-João Paulo: 9X2
Por nove votos a dois, João Paulo Cunha foi condenado por corrupção passiva (propina de R$ 50 mil) e peculato (favorecimento à SMP&B em contrato com a Câmara). Por seis votos a quatro, o deputado foi enquadrado também no crime de lavagem de dinheiro (tentativa de ocultar o recebimento da propina).
Nesse tópico, a maioria foi obtida graças ao voto de Ayres Britto. Presidente do STF, o ministro Ayres Britto concluiu na abertura da sessão de quinta-feira (30 de agosto) o julgamento da primeria “fatia” do processo do mensalão. Acompanhou integralmente o voto do relator Joaquim Barbosa. Condenou todos os acusados.
Com isso, João Paulo passou a flertar com o risco de arrostar uma pena mais salgada. Antes, estimava-se que a pena chegaria a seis anos de cadeia, em regime semi-aberto. Agora, pode chegar a nove anos, em regime fechado.
Em relação a João Paulo, apenas dois ministros (Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli) se animaram a absolvê-lo de todas as acusações. Os outros ministros condenaram o réu, integral ou parcialmente. Ao rejeitar a tese de que a valeriana de R$ 50 mil viera do PT e custeara uma pesquisa eleitoral em Osasco, o STF como que fulminou o lero-lero do caixa dois.
Condenaram-se também, por unanimidade, o ex-diretor petista do Banco do Brasil Henrique Pizzolato (corrupção passiva e peculato), além de Marcos Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerback (corrupção ativa e peculato).

João Paulo discute detalhes do anúncio da renúncia
Um dia depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no mensalão, o deputado federal João Paulo Cunha procurou a cúpula do PT em Osasco para anunciar que vai desistir de disputar a prefeitura da cidade.
A candidatura deve ser assumida pelo vice da chapa, o também petista Jorge Lapas. João Paulo e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza (PT), discutem, os detalhes de como será feito o anúncio e também quem será o novo vice. Os petistas tentam encontrar uma forma menos traumática de fazer a mudança. A ideia é poupar João Paulo e evitar desgaste para o novo candidato e para a imagem do partido no país.
Desde que foi condenado pelos ministros do STF, o deputado recebeu telefonemas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Apesar de negar publicamente ter um plano B, os petistas já tinham se preparado para o caso de condenação. Tanto que um petista foi escolhido como vice da chapa, apesar de João paulo contar com o apoio de outras 19 legendas.

Cartazes de João Paulo Cunha ainda continuavam espalhados 
pelas ruas de Osasco

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