Dilma sanciona Lei de Cotas nas Universidades
|
Dilma Rousseff |
Em cerimônia fechada, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei das
Cotas nas universidades, que terão quatro anos para reservar 50% das
vagas de todos os cursos e turnos a estudantes que cursaram
integralmente o ensino médio em escola pública. Uma parte dessas vagas
deve ser dedicada a negros, pardos e índios, e outra a alunos com renda
familiar igual ou menor a 1,5 salário mínimo per capita. A maioria das
universidades já adota algum tipo de ação afirmativa, mas poucas atingem
um porcentual de 50% das vagas. De acordo com o ministro da Educação,
Aloizio Mercadante, foi vetado apenas o artigo 2º, que dizia que o
ingresso dos cotistas seria feito a partir das médias obtidas no ensino
médio. O governo petista quer que o critério seja o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem). "A importância desse projeto tem a ver com um duplo
desafio: primeiro, é a democratização, o acesso às universidades, e
segundo, o desafio de fazer isso mantendo um alto nível de ensino e a
meritocracia", disse a presidente. "O Brasil precisa fazer frente a
esses dois desafios, não apenas um. Nada adianta manter uma universidade
fechada e manter a população afastada em nome da meritocracia. De nada
adianta abrir a universidade e não preservar a meritocracia", afirmou
Dilma. Dados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) apontam para uma distância entre a rede pública e a particular no
ensino médio: enquanto a rede pública estadual atingiu média de 3,4, na
rede privada a nota foi de 5,7. Para minimizar as críticas ao projeto e
ao seu impacto na qualidade de ensino nas universidades, Mercadante
apresentou números comparativos dos desempenhos dos estudantes das redes
pública e privada na última edição do Enem. Os alunos concluintes do
ensino médio da rede pública obtiveram média de 474,2 pontos, inferior à
dos alunos do ensino privado - 569,2.
Nenhum comentário:
Postar um comentário