Comissão da Verdade pede à Justiça retificação de atestado de óbito de
Vladimir Herzog
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Vladimir Herzog |
A Comissão Nacional da Verdade encaminhou à Justiça paulista uma
solicitação para que o documento de óbito do jornalista Vladimir Herzog,
morto sob tortura em 1975, durante a ditadura militar, seja retificado.
Atendendo a um pedido da família de Herzog, a comissão solicitou ao
Juízo de Registros Públicos de São Paulo que no documento conste que a
morte dele decorreu de “lesões e maus-tratos sofridos durante
interrogatório em dependência do 2º Exército DOI-Codi (Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna)” e não
por asfixia mecânica, como está no laudo necroscópico e no atestado de
óbito. A solicitação foi decidida por unanimidade pelos membros da
comissão, que se reuniram no último dia 27. Além da recomendação, a
comissão também enviou à Justiça paulista cópia da sentença da ação
declaratória, movida pela família Herzog, e de acórdãos em tribunais,
que manteve a sentença de 1978 de que não havia prova de que Herzog se
matou na sede do DOI-Codi de São Paulo, órgão subordinado ao Exército,
que funcionou durante o regime militar. “Quando a sentença rejeita a
tese do suicídio exclui logicamente a tese do enforcamento e, então, a
afirmação de enforcamento - que se transportou para o atestado e para a
certidão de óbito - encobre a real causa da morte, a qual, segundo os
depoimentos colhidos em juízo indicam que foi decorrente de maus tratos
durante o interrogatório no DOI-Codi”, diz o parecer da comissão.
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