Explosão em refinaria da Venezuela deixa ao menos 26 mortos
Uma explosão de gás na maior refinaria de petróleo da Venezuela na madrugada de sábado (25 de agosto) matou ao menos 26 pessoas, feriu mais de 50 e paralisou as operações da unidade no pior acidente industrial em um país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) da história recente.
A televisão estatal venezuelana mostrou imagens de chamas e nuvens de fumaça vindas da refinaria à medida que o dia amanhecia. Casas próximas foram afetadas pela explosão, e autoridades disseram que uma criança de 10 anos estava entre os mortos.
"Infelizmente, 24 pessoas morreram, a maioria deles membros de nossa Guarda Nacional", disse o vice-presidente da Venezuela, Elias Jaua, a jornalistas no Estado de Falcon. "Quatro pessoas estão no hospital agora, dois foram transferidos para o Estado de Zulia e 50 pessoas, graças a Deus, foram mandadas para casa após tratamento, pois seus ferimentos não eram graves."
A explosão, causada por um vazamento de gás, ocorreu após diversos acidentes menores e paralisações não planejadas que afligiram a companhia estatal PDVSA na última década, levantando críticas daqueles que acusam o governo do presidente Hugo Chávez de mal administrado.
O ministro venezuelano de Energia, Rafael Ramirez, disse esperar que as operações na refinaria de Amuay --com capacidade de 645 mil barris por dia e uma das maiores do mundo-- sejam retomadas em dois dias. Ele disse que o fogo atingiu nove tanques de armazenagem, contendo principalmente petróleo e alguns combustíveis processados.
Localizada em uma península com vista para o Mar do Caribe, a oeste da Venezuela, Amuay é parte do Centro de Refino de Paraguana, segundo maior complexo de refinaria do mundo, com capacidade total de processar 955 mil barris de petróleo diariamente.
A refinaria de Amuay sozinha responde por metade da produção doméstica de combustíveis refinados da Venezuela, de cerca de 1,3 milhão de barris diários.
Ramirez disse a jornalistas que durante a noite a equipe da PDVSA conseguiu reduzir a intensidade do fogo em 80 por cento, e que a companhia não sofreria de escassez de produtos.
Sem força maior
A estatal de petróleo da Venezuela PDVSA não vai declarar força maior nos embarques de combustível apesar da explosão, disse o ministro de Energia.
Ramirez afirmou que as unidades de processamento de Amuay não foram afetadas pela explosão, mas que ainda havia fogo em um tanque de armazenamento de nafta.
Ele disse ainda que a PDVSA vai ampliar a produção em outras refinarias, e que a empresa tem estoques equivalentes a 10 dias de vendas para garantir o cumprimento de acordos de exportação e as necessidades do mercado doméstico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário