Em campanha aberta por reajuste salarial, o Sindimetro resolveu começar a abrir a caixa preta da Trensurb, a estatal federal que administra o trem de superfície da Grande Porto Alegre, chamado de metrô.
Ainda faltam denúncias claras sobre o uso político da Trensurb por parte do PT, mas as revelações feitas já são suficientes para imediata intervenção da DRT e do Ministério Público do Trabalho.
O que avisou o Sindimetro:
- A Trensurb, através de uma “intrigante” rede de relacionamentos políticos e pesado investimento em publicidade, vem iludindo a todos com uma idéia de “qualidade” e expansão de seus serviços/produtos.Os trabalhadores distribuíram 20 mil folhetos onde alertam os passageiros para o seguinte:
- Falta manutenção nos trens.Isto significa risco de vida para os passageiros.
As denúncias acrescentam a ocorrência dos seguintes crimes e malfeitorias promovidas pela direção da estatal:
- Assédio moral, fadiga, falta de efetivo, de segurança e escalas mal planejadas.A Trensurb foi esquartejada entre PT, PP e PTB.
A direção da empresa quer conceder reajuste anual de 3,65% aos metroviários, entretanto, eles querem 6,35%.
Se até quarta-feira - 10 de agosto - não forem atendidos, pararão os trens da Grande Porto Alegre.
O metrô tem 1.200 trabalhadores e uma frota de 25 trens, todos com idade superior a 25 anos, portanto sem condições de continuar trafegando.
O governo federal toca a pleno vapor a extensão do metrô para Novo Hamburgo. No entanto, é necessário a compra de pelo menos mais quatro trens, pois, a frota atual roda com 21 trens. Os outros estão sempre em manutenção. Não há capacidade ociosa. Para permanecer plenamente usada, a frota terá que contar com novos trens.
Até o momento eles não foram comprados. Não há previsão. Mesmo assim, querem inaugurar a extensão antes das eleições do ano que vem.
Segundo Renato Shuster, presidente do Sindimetro (Sindicato dos Metroviários), "até bancos são arrancados nos trens atuais para caber mais gente, o usuário é tratada como gado."
Carta Aberta - O metrô está por parar!
Há muito tempo o Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS) vem alertando os representantes da sociedade gaúcha sobre os diversos problemas enfrentados não só pela categoria metroviária, mas também pelos usuários que – a cada dia – observam uma queda brusca na qualidade da prestação dos serviços do metrô.
Hoje, o fato é que a manutenção da Trensurb está deixando a desejar. E isso não é responsabilidade dos funcionários que sempre cumpriram com suas funções de forma satisfatória; mas sim de uma política de terceirização do setor e sucateamento das ferramentas de trabalho, além da demissão de forma sumária e sem justificativa. Profissionais que há mais de 20 anos atuam na manutenção do sistema metroviário afirmam que existe o perigo iminente de um grande acidente na Trensurb pela precária manutenção ao longo da via, na rede aérea e até mesmo pelo uso contínuo e ostensivo de trens ultrapassados. Não é preciso ser especialista para verificar os solavancos do trem em deslocamento, especialmente entre as estações São Pedro e Farrapos. Isso pode acarretar em descarrilamento dos veículos de manutenção e, mais grave ainda, do trem durante a operação comercial onde cerca de 1000 pessoas poderão estar viajando neste momento.
A Trensurb, através de uma “intrigante” rede de relacionamentos políticos e pesado investimento em publicidade, vem iludindo a todos com uma idéia de “qualidade” e expansão de seus serviços/produtos. Pesquisas de satisfação lançadas pela empresa, onde mais de 90% dos usuários demonstra aprovação do serviço, contradizem as reclamações diárias feitas aos profissionais que atendem ao público nas estações.
Também não há como deixar de observar o fato de que o planejamento das obras de expansão do metrô até o município de Novo Hamburgo foi mal feito: aumenta a quilometragem da via permanente, mas o número de trens e funcionários para o atendimento ao cidadão está em contínuo decréscimo. Ao invés de renovar a frota e adquirir novos trens, a empresa retira os assentos das composições para caber mais gente (tratada como gado nos horários de pico); o remanejamento de horário e fluxo em períodos de pico para tentar estancar a falta de carros. Demonstrando que a Trensurb não se importa com as pessoas, mas sim com o seu lucro e com o montante de votos que as “obras” frutificarão nas próximas eleições. Na verdade, o retrocesso é maior do que os benefícios, tanto na relação empresa/empregado quanto empresa/usuário. É importante que os administradores públicos, que há mais de oito anos dirigem a empresa, aprendam que não há como fugir dos fatos e muito menos de suas consequências.
Outro fato que tira o sono dos trabalhadores são os constantes assaltos às estações. Em julho de 2011, os assaltantes invadiram três estações diferentes durante três dias seguidos, mostrando que a criminalidade é muito mais organizada e forte do que qualquer sistema de segurança já pensado e não executado pela empresa até o momento. O metroviário teme não só pela sua vida, mas pela das pessoas de bem que utilizam o sistema e que nada tem a haver com o desleixo da administração pública que, aliás, deveria proteger o cidadão.
E não pense que “os fatos” são apenas esses. Assédio moral, fadiga, falta de efetivo, de segurança, escalas mal planejadas... Há muita coisa a ser combatida na Trensurb. Visto isso, o Sindimetrô conclama toda a população gaúcha (legisladores, imprensa, formadores de opinião, trabalhadores, estudantes...) a se informarem melhor sobre o que se passa na Trensurb e o porquê de tantos planos mal traçados.
POR TUDO ISSO, O METRÔ ESTÁ POR PARAR!
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