sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Apple pós-Jobs
Sem o ‘gênio operacional’, a equipe da Apple e o novo chefe, Tim Cook, vão ter que se virar para seguir com a ‘maçã’.

O futuro da Apple, e de suas ações, está agora nas mãos da equipe que junto com Steve Jobs garantiu o sucesso da empresa no lançamento de revolucionários produtos, diz o Wall Street Journal. Na maioria das vezes fora dos holofotes, esta equipe enfrentará grandes desafios em um mercado altamente competitivo e que normalmente produz margem de lucro reduzida.
Tim Cook, nomeado por Jobs seu sucessor após sua renúncia, é executivo chefe operacional da Apple, e foi designado para administrar a Apple nas três ocasiões em que Jobs foi obrigado a ausentar-se para tratamentos relacionados ao câncer no pâncreas. Embora não seja um showman como Jobs, os que o conhecem o chamam de “gênio operacional”, responsável pelo atual sistema de cadeia de abastecimento da empresa e por ter ajudado a transformar a Apple em uma das mais eficientes empresas de manufatura de eletrônicos dos tempos atuais.
Aqueles que o conhecem na Apple dizem ser educado, mas persistente e inflexível em relação a suas demandas. Eles também dizem que Tim é capaz de absorver um grande número de informações e rapidamente identificar qualquer problema.
Nos últimos anos, Jobs aparentemente endossou sua equipe de liderança ao partilhar o palco com muitos deles durante o evento anual da empresa para a mídia.
Mas aqueles que observam a empresa há anos e viram como desempenhou após Jobs deixar a Apple em 1985, preocupam-se com a ausência de sua personalidade dominante e seu instinto predatório.
A retenção da atual equipe na empresa também é questionada, uma vez que os preços das ações da Apple dispararam nos anos recentes, permitindo a seus executivos acumularem fortunas a partir das opções de ações adquiridas enquanto funcionários da empresa e diminuindo os incentivos para que permaneçam.
Se a maioria ficar, alguns acreditam que a equipe será totalmente capaz de administrar a Apple, particularmente agora em que grande impulso já foi dado e a empresa entra em uma fase de administrar o sucesso obtido.


As criações da era Jobs

Apple I (1976)

O primeiro produto da Apple foi desenvolvido e construído à mão por Steve Wosniak, parceiro de Jobs, e servia principalmente para engenheiros e programadores de garagem como eles. Jobs foi quem criou toda a estratégia comercial do computador pessoal, que serviu de base para o primeiro grande sucesso comercial da marca.

Apple II (1977)

O Apple II foi o primeiro produto nascido da visão de computação de Jobs: o modelo foi o primeiro grande sucesso no mercado da computação pessoal. Enquanto empresas como IBM apostavam em produtos voltados para empresas e executivos, Jobs apostou que todos iriam querer ter um PC – precisamos dizer que ele acertou?

Lisa (1983)

O modelo Lisa foi o primeiro computador pessoal da Apple que experimentava uma interface gráfica, mais próxima do conceito de computação que temos hoje, com janelas, abas e ícones controlados pelo mouse. Considerado caro quando lançado, o modelo não engrenou, mas serviu de base para o sucesso Macintosh.

Macintosh (1984)

O Macintosh tornou os experimentos do Lisa mais comerciais e foi um dos primeiros computadores com uma interface gráfica a se sair bem nas vendas, principalmente por causa da agressiva campanha de lançamento da Apple, baseada no livro 1984 de George Orwell e em uma promessa de mundo moderno.

Next (1989)

Por causa de uma briga política pelo controle da Apple, Jobs foi forçado a deixar a empresa que criou em 1985. Após se demitir, o empresário começou vida nova com a NeXT Computers, uma nova fabricante de computadores dedicados aos executivos. O sucesso comercial da linha foi limitado, mas a equipe – formada principalmente por ex-engenheiros da Apple – desenvolveu experimentos interessantes com interfaces gráficas que foram aproveitados por outras empresas.

Newton (1993)

O Newton não está aqui por ter sido bem aceito – pelo contrário, quase ninguém comprou esse que foi o primeiro tablet criado pela Apple e lançado no longínquo ano de 1993. O modelo mostra que esse tipo de computação já vinha sido pensada dentro da empresa – só que, na época, a tecnologia ainda não possibilitava que o produto fosse tão moderno. O Newton parecia mais com um Palm do que com os tablets atuais.

iMac (1998)

Fácil de instalar e todo constrito à tela, o iMac foi o produto que simbolizou a volta de Steve Jobs à Apple, em 1996. Dois anos depois, o executivo lançava a linha de computadores coloridos, disputadíssimos no começo dos anos 90. Com o produto, a Apple começava a assumir sua atual cara, a de fabricante inovadora e com designs acima da média.

iPod (2001)

“Finalmente você poderá carregar mil músicas no seu bolso”, disse Steve Jobs na apresentação do iPod, não o primeiro mas o mais famoso dos mp3 players da era digital. Como o produto vendeu como água, acabou abrindo caminho para a entrada da Apple nos mercado móvel (com o sucessor iPhone) e de música (com a iTunes).

iTunes Store (2003)

Lançada em um momento de confusão por parte da indústria fonográfica, que na época processava os seus próprios clientes por causa da pirataria e travava uma batalha judicial em vão com o Napster e outros programas p2p, a iTunes Store foi por muitos anos a única opção de venda legal de música digital. Jobs se tornou um intermediário necessário entre a indústria da música e os ouvintes.

iPhone (2007)

O iPhone foi o primeiro smartphone – todos os outros que vieram foram inspirados no seu design baseado na sensibilidade aos toques e no seu conceito. Junto com o telefone/microcomputador pessoal, Jobs lançou a economia dos aplicativos, programas disponibilizados na App Store e com os quais se poderia transformar o antes estático celular em basicamente qualquer coisa – quase um canivete suíço.

iPad (2010)

A ideia do tablet já vinha sendo comentada por applemaníacos há anos, e milhares de fotos e notícias falsas sobre um virtual tablet da Apple já circulavam na internet. Foi aí que Jobs decidiu ressuscitar a ideia, só que focando no espaço que conseguiu no mercado digital (venda de hardware, aplicativos, intermediário da indústria da música e cinematográfica). O produto recriou o nicho dos tablets.

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