terça-feira, 30 de agosto de 2011

Metalúrgicos da Renault têm reajuste histórico
Trabalhadores acertam ganhos acima da inflação para este e os próximos dois anos
Segundo cálculo do Dieese, considerando bônus e participação nos lucros, incremento na renda chegará a 60%

A inflação alta e a piora do cenário externo não impediram os metalúrgicos de conquistarem reajustes salariais históricos neste mês.
Os 5.700 funcionários da Renault em São José dos Pinhais (PR) fecharam um "pacotão" salarial para 2011, 2012 e 2013, com ganhos totais de até 20% acima da inflação do período.
Considerando ainda o que será pago de bônus e participação nos lucros, o incremento na renda anual (sem descontar a inflação) do trabalhador será de até 60%, calcula o Dieese.
Segundo o instituto, esse é o maior acordo salarial da história já fechado no Brasil.
O acordo veio após um semestre de relações conturbadas entre montadoras e metalúrgicos no Paraná, com greve na Volkswagen e paralisações na Volvo na negociação de participação no lucro.
Para a Renault, o resultado da negociação "é a garantia de uma produção sem interrupções", com vantagens para ambos os lados.
Em São Paulo, 49 mil metalúrgicos da região do ABC e de São Carlos (SP) conquistaram no domingo reajuste real de 5% que será parcelado em 2011 e 2012. Outros 185 mil trabalhadores da categoria estão em negociação.
"As empresas perceberam que não vale a pena dificultar as negociações, mas é preciso torná-las mais objetivas, para não perder competitividade", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, sobre a greve da Volks, que durou 37 dias.
Além do reajuste salarial, o "pacotão" da Renault inclui bônus de até R$ 6.000, PLR de R$ 18 mil em 2013 e reajuste de até 10% no piso dos funcionários. Sindicato e empresa, agora, só devem voltar a negociar em 2014.

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