terça-feira, 30 de agosto de 2011

Dilma eleva a meta de superávit para reduzir os juros

As cenas acima foram clicadas em duas reuniões promovidas por Dilma Rousseff na segunda-feira - 29 de agosto.
Numa, foram recebidos os dirigentes de centrais sindicais. Noutra, os membros do Conselho Político – líderes e presidentes dos partidos governistas.
Nos dois encontros, Dilma e o ministro Guido Mantega (Fazenda) expuseram aos visitantes uma novidade econômica.
O governo decidiu elevar a meta de superávit primário deste ano em em R$ 10 bilhões. Foi de R$ 81 bilhões R$ 91 bilhões.
O superávit resulta da economia que o governo faz para fazer frente ao pagamento dos juros de sua dívida.
Ao elevar a meta, Dilma sinaliza a intenção de submeter os gastos públicos a um torniquete maior do pretendia no início do ano.
Por quê? Deseja-se criar condições para que o Banco Central comece a reduzir a taxa básica de juros (Selic), hoje na casa dos 12,5% ao ano.
Para demonstrar que fala sério, o governo formalizará o ajuste na meta de superávit por meio de uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2011.
Significa dizer que o arrocho vai ao Congresso, para que deputados e senadores o transformem de um compromisso em lei.
O anúncio chega na véspera da reunião do Copom. O comitê do BC que define a taxa de juros vai à mesa nesta terça e quarta-feira.
Em entrevista concedida após as reuniões com sindicalistas e políticos, Mantega explicou que o governo se mexe de olho na crise econômica.
Age preventivamente porque, no dizer de Mantega, a situação inspira cuidados. A perspectiva, disse o ministro, é de recessão nos EUA, Europa e Japão.
Confirmando-se esse cenário, realçou Mantega, o mundo será submetido a uma queda na demanda que acirrará a disputa pela preferência dos consumidores.
Dilma tem declarado que o Brasil está, hoje, mais preparado para lidar com a crise do que estava em 2008.
A resposta à crise será, agora, diferente da que foi adotada sob Lula. Como admitiu Mantega, houve uma mudança na “equação de política fiscal e monetária.”
Na crise global de 2008, em vez de elevar, o governo reduziu a meta de superávit. Estimulou a economia por meio de incentivos fiscais que elevaram os gastos públicos.
Agora, prefere-se “que os estímulos sejam monetários”. Dito de outro modo: imagina-se que a redução dos juros levará as empresas a tirar o pé do freio e investir.
Mantega e Dilma disseram que Brasília não pretende fazer novos cortes de gastos em 2011.
Vai-se apenas direcionar o excesso de arrecadação de tributos para a conta do superávit. Hoje, parte do excedente perde-se no custeio da máquina pública.
Ao expor suas preocupações a sindicalistas e líderes políticos, Dilma como que reforça o apelo para que refreiam a pauta de reivindicações por novos gastos.


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