sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dirceu acusa Veja de tentar ‘invadir’ seu apartamento

Em nota veiculada no seu blog, o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) acusa a revista Veja de tentar “invadir” o apartamento que mantém num hotel de Brasília. Cita Gustavo Nogueira Ribeiro. Identifica-o como “repórter da revista”.
A coisa se passou no hotel Naoum Plaza, um dos mais requintados da Capital. Dirceu ocupa dois apartamentos: 1604 e 1606. Locados em nome de uma empresa, a Tessele Madalena Advocados Associados, ficam à disposição de Dirceu em caráter permanente.
Segundo o ex-ministro, fazendo-se passar por hóspede, o suposto repórter de Veja tentou convencer uma camareira do hotel a abrir a porta de seu apartamento. Teria alegado que perdera as chaves.
A camareira recusou-se a abrir o apartamento. E comunicou o fato à direção do hotel. O caso foi reportado à polícia, que o investiga. Dirceu reproduz em seu blog cópia do boletim de ocorrência.
Datado desta quinta-feira (25), foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia da Asa Norte de Brasília. Informa que a tentativa de “invasão” ocorreu na véspera. Não faz menção à revista Veja. Anota o seguinte:
"Compareceu a esta delegacia o comunicante Gilmar Lima Souza, chefe de segurança e preposto do Naoum Plaza Hotel, informando que, na data e hora supracitadas [entre 13h36 e 14h18 de quarta-feira]…
…Gustavo Nogueira Ribeiro, fazendo-se passar por hóspede do referido hotel, tentou entrar nos apartamentos número 1604 e 1606, os quais são locados para a empresa Tessele Madalena Advocados Associados, que os cede para ocupação residencial do sr. José Dirceu de Oliveira e Silva.
Gilmar disse que Gustavo insistiu com a camareira Jôse Maia Medeiros que era hóspede dos apartamentos em questão. Gustavo chegou a alegar que tinha perdido sua chave de acesso, motivo pelo qual queria que a camareira abrisse os apartamentos para retirada de alguns objetos pessoais.
Contudo, a camareira verificou que ele sequer constava na lista de hóspedes do hotel, além de ter conhecimento de que os referidos apartamentos são ocupados pelo sr. José Dirceu.
Após a constatação, Gustavo retirou-se, retornando minutos depois e hospedando-se no apartamento número 1.607, que localiza-se próximo ao que ele queria violar, permanecendo até o fim da diária na presente data, 25/08/2011.
Gilmar Lima Souza [o chefe de segurança do hotel] ficou de fornecer posteriormente imagens gravadas em mídia digital e a ficha nacional de registro de hóspedes que comprovam tais fatos."
No seu relato, Dirceu inverte a ordem da narrativa exposta na ocorrência policial, acrescentando acusações que não constam do documento.
Na versão do grão-petê, Gustavo Ribeiro, o suposto repórter de Veja, hospedou-se no hotel antes de abordar a camareira.
Dirceu acrescenta:
“Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check-out e dando o calote na diária devida…”
Na descrição do boletim policial, o acusado aborda a camareira, ela se recusa a abrir o apartamento de Dirceu e, só então, Gustavo Ribeiro hospeda-se no hotel.
Não há menção a nenhuma fuga “às pressas”. Tampouco faz-se menção a “calote na diária”. O texto de Dirceu prossegue, em timbe acusatório:
“O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da prefeitura de Varginha [MG], insistindo em deixar no meu quarto ‘documentos relevantes’. Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada [no hotel], que preencheu com seu verdadeiro nome…”
“…O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais ‘documentos’.”
De resto, Dirceu anota que recebeu de Veja, por e-mail, perguntas sobre suas atividades em Brasília.
Como que precavendo-se de uma reportagem que está por vir, Dirceu escreve:
"Está evidente evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos…
…Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos."

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