sexta-feira, 22 de julho de 2011

Recém-concluídos, portos de R$ 44 mi são reformados.

Nem só de propinas e superfaturamentos é feito o descalabro do Ministério dos Transportes. Há também a má qualidade das obras "executadas".
Depois de “inagurados”, cinco portos fluviais, quatro deles concluídos no ano passado, tiveram de ser refeitos ou reformados.
Os portos que apresentaram problemas custaram aos cofres públicos R$ 44 milhões.
Desse total, R$ 33,6 milhões desceram à caixa registradora do estaleiro Eram (Estaleiro do Rio Amazonas) , classificado no site do próprio Dnit como empresa "inidônea".
Os portos problemáticos foram erguidos no Amazonas, Estado de Alfredo Nascimento (PR), apeado do cargo de ministro sob denúncias de malfeitos.
O vídeo abaixo exibe cenas captadas no Porto de Humaitá, no Rio Madeira. Uma elevação das águas lançou toras sobre a estrutura metálica, arqueando-a.
O porto fora “inaugurado” em março de 2010. Presentes, o então ministro Nascimento e a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na época pré-candidata ao cargo de presidente.
A obra custou ao erário R$ 12,8 milhões. Foi tocada pelo Eram (Estaleiro do Rio Amazonas), aquele que o Dnit diz ser “inidôneo”.
Ouvida, a assessoria de imprensa da pasta dos Transportes alegou o seguinte:
Houve em Humaitá “acúmulo de troncos de árvores, vegetação e cipós, ocasionando esforço acima do dimensionado.”
Dito de outro modo: Nascimento e Dilma “entregaram” um porto que, antes mesmo de entrar em operação, revelou-se um empreendimento precário.
Noutro porto, o de Itacoatiara, a ponte que dá acesso ao cais flutuante cedeu. A despesa do conserto foi atribuída à firma Eram. Coisa de R$ 9,2 milhões.
O terminal de Manaquiri, outra obra da Eram, orçada em R$ 3,8 milhões, operou por apenas um mês. Falha na operação, informa a assessoria dos Transportes.
O porto de Manaquiri fora inaugurado, sob fanfarras, em 17 de março de 2010. Presentes, o ministro Nascimento e políticos amazonenses.
No porto de Manacapuru, o rompimento de cabos de aço de ancoragem levou ao deslizamento de pontes.
“Acúmulo de sedimentos [troncos de árvores e mato]”, alega o ministério. A obra, também à cargo da Eram, sorveu R$ 7,9 milhões. Permanece inconclusa.
Coube ao 2o Grupamento de Engenharia do Exército tocar a obra do Porto de Parintins, outro que apresentou problemas.
Neste caso, a inauguração ocorreu em 2006. Três anos depois, em 2009, o Rio Amazonas subiu além do esperado. As águas invadiram o porto.
O empreendimento teve de ser reconstruído. A obra original custara R$ 14 milhões. A nova foi orçada em R$ 10,8 milhões.
Eis o que diz o ministério: “O Exército desenvolveu projetos a partir dos quais foram executadas obras de readequação do empreendimento…”
Visavam “…evitar a invasão das águas do rio na área do terminal e aperfeiçoar o sistema de atracação das embarcações.”
O terminal de Parintins deveria ter sido reinaugurado por Nascimento em 17 de junho. Porém, a licença ambiental da obra encontrava-se vencida.
Duas semanas após, Nascimento foi engolfado pelo escândalo que converteu o ministério num porto inseguro.
O ministro foi soterrado. E a reinauguração, suspensa.

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