Preservativo encontrado em lata de molho de tomate
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou a Unilever a indenizar uma consumidora que encontrou um preservativo na lata de extrato de tomate. O valor da indenização, por danos morais, será de R$ 10 mil.
A autora da ação narrou que depois do almoço foi retirar da lata o que havia sobrado do extrato de tomate da marca Elefante. Percebeu um pouco de mofo na lata e mexeu mais um pouco no conteúdo, quando encontrou um preservativo masculino enrolado no meio do molho. Ela afirmou ter usado um pouco do extrato para o preparo de almôndegas e que após a localização do objeto, ela e a família se sentiram nauseados, inclusive com vômitos.
Indignada com o ocorrido, ela procurou o fabricante. Através de ligação telefônica, a empresa disse que iria substituir a lata por outra e que a consumidora procurasse os seus direitos.
A autora levou o produto até a sede da Univates, em Lajeado, para análise. Com o laudo em mãos, a consumidora entrou com uma ação na Justiça.
A empresa alegou que todo o processo de produção e embalagem do produto referido é automatizado, não havendo contato humano.
No entanto, o Juiz João Gilberto Marroni Vitola descreve na sentença que a empresa não negou a existência de profissionais que acompanham o processo e que podem intervir a qualquer momento em razão de algum descontrole no programado.
Na sentença, o juiz afirmou que os danos morais causados à autora são evidentes, "à medida que passou por momento de profundo desgosto, inclusive tendo sido afetado o restante da família após a refeição e diante da cena grotesca enfrentada".
A empresa recorreu da decisão. Ao julgar o recurso, a desembargadora relatora Marilene Bonzanini afirmou que o consumidor sempre espera que um alimento que compra esteja apto ao consumo. "Pelo mero conhecimento da cultura de nosso povo, não se acredita que qualquer pessoa não se sinta repugnada ao encontrar um preservativo, supostamente usado, em produto alimentício utilizado no preparo de refeição para a família", escreveu na decisão.
Em nota, a Unilever afirmou que seus produtos estão totalmente de acordo com as normas sanitárias vigentes e seguem rigorosos processos de qualidade no processo de fabricação. A empresa diz também que a marca Elefante não faz mais parte de seus produtos e que o caso ainda está em análise pelos órgãos competentes.
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