Senado aprova criação da Comissão da Verdade
O Senado aprovou a criação da Comissão da Verdade, incumbida de investigar e documentar as violações de direitos humanos ocorridas no Brasil entre 1946 e 1988. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), relator da matéria, manteve o texto aprovado na Câmara em setembro. Com isso, a proposta segue agora direto para a sanção da presidente Dilma Rousseff. O relatório do senador tucano foi aprovado em votação simbólica e unânime, em uma sessão que uniu oposição e governo, e foi acompanhada, da Mesa Diretora dos trabalhos, pela ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Após três horas de debates, Aloysio Nunes, que foi perseguido e condenado pelo regime militar, concluiu seu pronunciamento citando o bispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz: "Virar a página do passado é conveniente não para esquecê-lo, mas para não deixá-lo nos aprisionar para sempre". O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o tucano, ao relatar a matéria, atuou como uma "bússola", indicando o caminho para que o País se reconcilie com sua história. O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), destacou que o momento não é de "revanchismos, mas de resgate da verdade". Caberá à presidente Dilma, que também foi perseguida e torturada pela ditadura militar, indicar os sete integrantes da comissão, que funcionará por dois anos. Mas ela deverá seguir os critérios de isenção, imparcialidade e ética para selecioná-los, como prevê o texto do projeto.
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