sexta-feira, 28 de outubro de 2011


‘Não sou amigo nem inimigo do Teixeira’
Aldo afirma que conviveu com presidente da CBF só na CPI; diz ainda ser um erro substituir a estrutura do Estado por ONGs.

Aldo  Rebelo
Novo Ministro do Esporte
Em entrevista, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ficou em cima do muro ao ser questionado sobre as relações com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e suas atividades. Ele disse ainda que o PC do B não foi omisso na gestão da pasta e afirmou que os convênios com ONGs tiveram um "erro de concepção" que começou no governo FHC.

O senhor é amigo do Ricardo Teixeira?
Não sou amigo nem inimigo. A convivência que tive com o presidente Ricardo Teixeira foi quando ele era presidente da CBF e eu da CPI CBF/Nike. De lá pra cá não tive nenhuma conversa pessoal com ele. O encontrei uma vez num evento de premiação no Rio de Janeiro, com clubes da série A.

Na CPI da Nike, em 2000, o senhor criticava muito a CBF. Qual sua opinião hoje?
Não vou fazer autocrítica do meu trabalho na CPI.

Dizem que o senhor se aproximou do Ricardo Teixeira...
Vou passar a ser próximo dele como ministro do Esporte.

O senhor recebeu doações de patrocinadores da CBF. Por quê?
Alguém acha que a CBF me ajudou? Como também são anunciantes de jornais e televisão, quem sabe não tenha sido um anunciante de jornal ou revista que tenha recomendado me ajudar.

Como será sua interlocução com Ricardo Teixeira a partir de agora?
De ministro do Esporte com o presidente da CBF. Os dois têm responsabilidade na promoção da Copa e têm que trabalhar.

O PC do B montou um esquema com ONGs para abastecer o partido politica e financeiramente nos Estados?
A única acusação que foi feita foi ao ministro.

Mas o ministério distribuiu dinheiro para ONGs vinculadas ao PC do B em São Paulo, Piauí, Santa Catarina, Distrito Federal. Isso não configura favorecimento?
Não, porque outras ONGs que não são do PC do B também tiveram convênios.

O que deu errado nos convênios com ONGs?
A partir do governo de Fernando Henrique Cardoso, as ONGs passaram a ter um papel importante nas ações de Estado. Eu acho que o erro veio lá atrás na concepção de que era possível substituir a estrutura do Estado por ONGs.

Em fevereiro, mostrou-se irregularidades no Segundo Tempo. O ministro prometeu agir, mas nada fez. O PC do B não errou ao ser alertado que havia fraude e não ter feito nada? Não houve omissão?
Não creio porque, ao que parece, o ministério adotou todas recomendações e providências sugeridas pelos órgãos de controle da União.

Então por que o Orlando Silva caiu?
Porque a presidente Dilma precisava tocar seu governo e recebeu da parte dele a compreensão e ele pediu afastamento.

Isso não foi o estopim de uma série de irregularidades?
Os jornalistas têm direito de afirmar o que acham que é justo. O que posso dizer é que o ministro tomou as providências.

O ministério ficou marcado pelo aparelhamento do PC do B. O senhor pretende mexer nisso?
Não posso adiantar a formação da equipe que vai trabalhar porque ainda não me debrucei. Não vou estabelecer o critério de ser do PC do B ou não.

O senhor volta ao governo novamente em meio a um escândalo (em 2004 assumiu a coordenação política do governo Lula em meio à crise envolvendo Waldomiro Diniz, na época subchefe da Casa Civil). O senhor virou um bombeiro da política?
Não creio, assumo essa responsabilidade com tranquilidade e serenidade.

O Ministério do Esporte virou um abrigo para ex-presidentes da União Nacional de Estudantes (UNE)?
Não, porque o Ministério do Esporte já foi conduzido por ex-presidentes de UNE, por integrantes do PSDB no governo FHC, do DEM. O José Serra é ex-presidente da UNE e não esteve no ministério.

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