Polícia Federal muda investigação sobre Banco PanAmericano

A Polícia Federal decidiu mudar o rumo das investigações sobre a fraude
no Banco PanAmericano, que teve rombo contábil, após descobrir indícios
de desvio de dinheiro, uso de caixa dois e conexões entre ex-executivos e
políticos ligados ao governo petista. Há suspeita de que o Banco
PanAmericano, instituição financeira que pertencia ao empresário Silvio
Santos, dono do SBT, tenha contado com a ajuda de políticos influentes
para ser socorrido. A Polícia Federal interceptou e-mails entre o
ex-ministro petista Luiz Gushiken (governo Lula) e o então presidente do
banco PanAmericano, Rafael Palladino, desde 2009, quando a Caixa
Econômica Federal comprou 49% do banco PanAmericano. A Polícia Federal
também apura se executivos do banco fizeram doação para campanha
política. A Polícia Federal obteve na Justiça Federal o bloqueio de bens
e o sequestro dos passaportes de executivos ligados ao Banco
PanAmericano, entre eles os de Luiz Sandoval, Rafael Palladino e Wilson
de Aro, respectivamente ex-presidente do grupo Silvio Santos,
ex-presidente do banco e diretor financeiro da instituição. A decisão
foi da 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo. O Banco PanAmericano
vendia carteiras de crédito para outras instituições e não lançava em
sua contabilidade, inflando seus números. Isso aconteceu pelo menos a
partir de 2006 e causou um rombo de R$ 2,5 bilhões, que aumentou depois
para R$ 4,3 bilhões. Um ano antes de a fraude se tornar pública, a Caixa
Econômica Federal tinha comprado 49% do Banco PanAmericano por R$ 739
milhões. O negócio teve consultoria da KPMG e do Banco Fator. A KPMG tem
contrato com o Ministério da Fazenda. Com a fraude, o Banco
PanAmericano teve de ser socorrido pelo FGC (Fundo Garantidor de
Créditos) e seu controle acabou sendo vendido para o BTG Pactual neste
ano. Segundo o inquérito da Polícia Federal, o ex-ministro petista
Gushiken prestou uma "consultoria" ao Banco PanAmericano em negociações
de compra e venda de empréstimos, possivelmente de créditos consignados.
Um dos e-mails interceptados revela que Gushiken cobrou Palladino pelo
fechamento de um negócio ocorrido sem a sua "anuência", com igrejas
evangélicas. Uma outra linha de investigação apura a possível atuação de
Gushiken na prospecção de novos clientes e na intermediação de
contratos de venda de carteiras de crédito para fundos de pensão de
estatais. Gushiken deixou o governo Lula em 2006, envolvido no escândalo
do Mensalão do PT. Atualmente ele passa por tratamento quimioterápico.
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