A onda de violência que teve início no fim de semana na cidade de Londres continuou a se espalhar na segunda-feira - 8 de agosto. Relatos da imprensa inglesa dão conta de que o bairro de Croydon também virou foco de protestos e teve prédios em chamas.
Segundo o jornal local "Croydon Guardian", manifestantes colocaram fogo em um edifício do bairro neste terceiro dia de protestos.
Imagens divulgadas pela rede CNN mostravam que os bombeiros estavam com dificuldades para controlar as chamas, que já atingiam um prédio vizinho.
Estabelecimentos comerciais no bairro também foram alvo dos protestos, incluindo lojas de móveis e de instrumentos musicais.
Relatos do "Croydon Guardian" afirmavam ainda que um ônibus havia sido incendiado na região por uma multidão de jovens que ficou assistindo o veículo queimar.
Sobre os protestos, a ministra do Interior britânica, Theresa May, disse que os agentes destes distúrbios são criminosos e prometeu que os responsáveis serão levados à Justiça. Até o momento, 215 pessoas já foram detidas.
A Polícia Metropolitana de Londres (conhecida como Scotland Yard) disse que os incidentes são imitações de atividades criminosas, que começaram após um protesto pela morte de Mark Duggan.
Duggan foi morto após ser abordado em um táxi por uma unidade que investiga crimes com armas de fogo no bairro Tottenham. Os policiais não divulgaram detalhes do suposto tiroteio, em que um policial também foi ferido, mas prometeram uma investigação.
Os protestos após a morte do jovem, ocorrida na última quinta-feira - 4 de agosto - em circunstâncias ainda não esclarecidas, foi pacífico inicialmente. Mas no sábado - 6 de agosto - cerca de 500 pessoas se reuniram em frente à polícia em Tottenham. Alguns manifestantes jogaram garrafas com gasolinas, enquanto outros enfrentaram os policiais com tacos de beisebol.
A violência também se alastrou para além da capital, chegando a Liverpool, Leeds, Bristol e Birmingham, segunda cidade mais populosa do país.
Diante dos ataques, o primeiro-ministro britânico David Cameron cancelou suas férias de verão e voltou para Londres, segundo informaram funcionários de seu gabinete.
O nível de violência levou ainda o comissário interino da Scotland Yard, Tim Godwin, a pedir que as pessoas evitem sair às ruas. Ele fez um apelo para que pais entrem em contato com seus filhos.
É a primeira vez que os confrontos entre moradores e policiais ocorrem de dia, desde a ação de vandalismo, no sábado, em Tottenham. Em imagens transmitidas ao vivo pela TV inglesa, era possível ver os manifestantes quebrando vidraças de lojas e restaurantes e ateando fogo em carros e até prédios.
Usando capuzes para esconder o rosto, os jovens ainda jogaram pedaços de madeira nos policiais, que tentavam fazer uma barreira na região. Segundo os primeiros relatos, a confusão teria começado durante uma operação de busca da Scotland Yard em Hackney.
De acordo com jornal "The Guardian", trens não estão parando na estação do bairro e ônibus precisaram ser desviados.
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