Rebeldes ameaçam punir o Brasil por dar apoio a ditador
Petroleira aliada de insurgentes diz que pode ter problemas com Brasil, Rússia e China, que se abstiveram de resolução.
Com formação de um novo governo na Líbia, Petrobras e empreiteras podem perder contratos e novos investimentos.
A hesitação do governo do Brasil em condenador o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, pode custar bilhões às empresas brasileiras. O porta-voz da petroleira líbia Agoco, que se aliou aos rebeldes, indicou que Brasil, Rússia e China poderão ficar de fora dos negócios do país no novo governo.
A resposta dos rebeldes é resultado da decisão desses países de se abster sobre as sanções contra Gaddafi. A Petrobras extrai petróleo no mar da Líbia desde 2005, quando venceu uma licitação para ser sócia na exploração no noroeste da costa do país, no mar Mediterrâneo.
A empresa confirmou que suas atividades na Líbia estão suspensas e, em nota, limitou-se a comentar que segue acompanhando a situação no país.
Além da petroleira, três construtoras atuavam na Líbia quando a onda de revoltas chegou ao país: Odebrecht, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. A Odebrecht tinha € 2,3 bilhões (R$ 5,3 bilhões) em contratos.
"Nós não temos problemas com os ocidentais, como as empresas italianas, francesas e inglesas. Mas nós podemos ter alguns problemas políticos com Rússia, China e Brasil", disse Abdeljalil Mayouf, porta-voz da petroleira Agoco.
Apesar do avanço dos rebeldes sobre a capital, o Brasil ainda não reconhece a formação de um novo governo pelos rebeldes. O porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, disse que o Brasil vai reconhecer o embaixador líbio em Brasília, Salem Zubeidy, aliado do ditador, enquanto não houver uma comunicação oficial da Líbia para que o diplomata seja "desacreditado".
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