segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Protesto causa tumulto e incêndios em Londres

Entre prédios destruídos e vários carros queimados, os britânicos procuravam explicações para os piores conflitos sociais em Londres em quase 30 anos. A morte de um homem num bairro onde vivem comunidades de imigrantes negros acabou por deflagrar distúrbios que destruíram lojas, veículos e casas e deixaram dezenas de feridos.


Os distúrbios, que começaram na noite de sábado - 6 de agosto - em Tottenham, continuaram pela madrugada de domingo no mais pobre ainda bairro de Enfield. E deixaram evidente a falta de comando da polícia da cidade que sediará as Olimpíadas em 2012. Novos distúrbios violentos foram registrados na noite de domingo - 7 de agosto.


A confusão começou quando moradores de Tottenham foram para a frente da delegacia do bairro protestar contra a morte de Mark Duggan, de 29 anos, baleado numa troca de tiros com policiais na quinta-feira passada - 4 de agosto - durante uma operação que investigava o tráfico de armas em comunidades africanas e caribenhas da capital.
Como a polícia não atendeu aos manifestantes, grupos de jovens começaram a atirar pedras e garrafas em chamas.


Durante a noite, a multidão saiu totalmente de controle e começou a atacar a polícia, prédios e carros, em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Somente em Tottenham, 55 pessoas foram presas e 26 policiais ficaram feridos.



PS: A frustração vem aumentando, sobretudo em bairros mais empobrecidos, como Tottenham e Enfield, desde que o governo anunciou o seu "orçamento de austeridade", com profundos cortes em assistência social e saúde.

Líderes comunitários de Tottenham haviam alertado à polícia, ainda na tarde de sábado - 6 de agosto, sobre o risco de distúrbios, muito antes de as coisas saírem do controle. Porém, a polícia só se mexeu quando carros e prédios já ardiam em chamas. Mais de cem pessoas pediram para falar com autoridades policiais, pois temiam que a situação se agravasse.

Rachel Cerfontyne, de uma comissão independente da polícia responsável pela investigação das circunstâncias da morte de Duggan, garante que "ele não foi executado" e que teria havido muitos "malentendidos sobre sua morte".



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