sexta-feira, 22 de julho de 2011

Touca anticâncer
Aparelho que envia impulsos elétricos ao cérebro promete tratar formas graves da doença

Dentro de 6 meses, os americanos portadores do mais comum e agressivo câncer cerebral, o glioblastoma multiforme, ganharão uma nova chance de tratamento, sem os efeitos colaterais da quimioterapia. O FDA aprovou uma touca que promete atacar a doença, que afeta 200 mil pessoas no mundo por ano. É o primeiro tratamento baseado na estimulação elétrica do cérebro, feita com eletrodos que recebem impulsos de um gerador portátil. A eletricidade inibe a multiplicação das células doentes e ajuda a conter o avanço do tumor. A explicação é que o campo elétrico interfere na distribuição e atuação de moléculas importantes na divisão das células cancerosas, que se multiplicam rapidamente. “As células normais se renovam muito lentamente e não são afetadas”, diz o chefe da oncologia clínica do Hospital São José - Beneficência Portuguesa de São Paulo, Fernando Maluf. Os impulsos são semelhantes aos produzidos pelo corpo, em nervos e músculos, e não chegam a dar um choque.
Desenvolvido pelo biofísico Yoram Palti, do Instituto de Tecnologia de Israel, o aparelho já foi testado em 237 pacientes em 28 centros de oncologia na Europa e Estados Unidos. Deu a esses portadores da doença, todos com câncer reincidente, uma sobrevida média de 6 meses, como a quimioterapia. A vantagem é diminuir bastante efeitos colaterais como diarreia, infecções e distúrbios sanguíneos. Só não resolveu a queda de cabelos. Para usar a touca, o usuário precisa raspar a cabeça, além de usar o acessório 24h. O maior problema é o preço: US$ 10 mil mensais, mas Palti acredita que se tornará popular. “Espero que se estabeleça como uma alternativa para quem tem a doença.”

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